A Dama na Água

A Dama Na Água A Dama Na Água A Dama Na Água A Dama Na Água A Dama Na Água A Dama Na Água

M. Night Shyamalan não engana mais ninguém. Depois do absurdamente superestimado Sexto Sentido, tudo o que ele fez são catástrofes cinematográficas. Porém, muitos críticos neófitos ficam encontrando qualidades no cineasta só para não dar o braço a torcer.

Não é o caso da ZeroZen. M. Night Shyamalan é um diretor incompetente ao extremo. É um desqualificado, um trapalhão, um lorpa e um pascácio. Ponto. Dito isto, basta ver A Dama na Água para comprovar que de onde menos se espera daí mesmo é que não sai nada.

Basicamente a história - se é que ela existe - se resume ao seguinte: uma ninfa traumatizada e de olhos esbugalhados surge na piscina de um condomínio na Filadélfia. No local, encontra um médico traumatizado que trabalha como zelador.

Parece pouco? E é mesmo. Existem vários problemas em A Dama na Água, porém o primeiro e fundamental é a atriz Bryce Dallas Howard, que tinha trabalhado com M. Night Shyamalan no desastrado e inconcebível A Vila. Ora bolas, isso é ninfa que se arranje?

Não admira o filme não ter credibilidade. Ela talvez seja uma das coisas mais feias a vestir uma camisa masculina em toda a história do cinema. Não há nenhum apelo para o espectador seguir acordado. Claro que se uma Pamela Anderson ou uma Carmen Electra saem da piscina o filme M. Night Shyamalan teria uma chance mínima de fazer sucesso.

O zelador Cleveland Heep (Paul Giamatti) merece um troféu de natação. Ele passa intermináveis minutos nadando numa espécie de caverna que existe dentro da piscina! Haja pulmão. É coisa de deixar o Aquaman morto de inveja. O mais incrível: quando não consegue respirar, ele usa um canudinho para sorver o ar que havia dentro de um providencial copinho emborcado. Bizarro é pouco.

Outro detalhe que beira o ridículo. A ação ocorre em um condomínio cheio gente estranha. Porém, sabe-se lá por que todos escutam o zelador. Ninguém em nenhum momento, perde tempo contestando a inacreditável série de sandices que ele insiste em contar.

Se o espectador não dormir vale a pena prestar atenção em duas seqüências:o ataque do lobisomem-de-grama e a hilária cena do “simbolista” ou “intérprete”. Depois disso, M. Night Shyamalan provou que consegue ser tão decadente quanto a ZeroZen. E isso decididamente não é fácil.

Paul Giamatti consegue sua pior interpretação. É um gago ridículo. Com uma voz de ganso, chata e monótona, além da cara de cachorro abandonado, não consegue passar nenhuma emoção que não seja o tédio mais profundo. Aliás, com o ritmo lento, devagar quase parando do filme só pode ser esse sentimento que M. Night Shyamalan queria despertar na platéia.

P.S. - D á para levar a sério um diretor/roteirista que cria um personagem de um crítico de cinema só pra se vingar das péssimas avaliações que vem recebendo? Existe algo mais patético?

J. Tavares

(Lady in the Water, EUA, 2006), Direção e roteiro: M. Night Shyamalan, Elenco: Paul Giamatti, Bryce Dallas Howard, Noah Gray-Cabey, Jessica Graham, Cindy Cheung, Bob Balaban, Sarita Choudhury, Brandon Cook, Mary Beth Hurt, Freddy Rodríguez, M. Night Shyamalan, Brian Steele, Jeffrey Wright, Duração: 110 min

Voltar