O Closet

A França é um país onde ser heterossexual já desperta suspeitas. Provavelmente vai ser olhado com desconfiança pelo resto da população. Ou ainda ser chamado de ultrapassado, tão obsoleto quanto um TK-90x. Isto talvez explique o tremendo sucesso de O Closet (Le Placard). Curiosamente, em francês Placard, significa armário. Logo, o Brasil conseguiu fazer uma tradução do francês para o inglês!!

François Pignon (Daniel Auteuil) está prestes a ser despedido do seu emprego numa fábrica de borrachas. Ele é um contador, separado da mulher, sem um pingo de amor-próprio. Odiado por todos os colegas é a famosa bola da vez. As coisas mudam quando um vizinho (Michel Aumont) dá uma dica genial. Pignon precisa fingir que é gay. Assim a empresa não o colocaria na rua com medo de sofrer algum processo por discriminação.

Por incrível que pareça, a idéia dá certo. Até mesmo seus inimigos mais implacáveis dentro da organização como Félix Santini (Gérard Depardieu) precisam aceitar a sua nova maneira de ser. Pignon começa a se tornar o funcionário mais querido. Afinal, não pega bem em tempos politicamente corrretos ser visto falando mal dos homossexuais. Além disso, ele descobre rapidamente que muitos outros colegas de firma também pertencem à comunidade.

Para piorar as coisas, as mulheres ficam loucas pelo contador. Todas querem mesmo saber se ele dá ré no quibe. Sua ex-esposa não aceita a transformação e seu filho acha natural que ele tenha decidido se libertar e sair borboleteando por aí. O Closet é uma daquelas comédias homossexuais ativas. Serve para provar para sua namorada que você é moderno. Até por que por trás só parede e olhe lá.

J. Tavares

(Le Placard, FRA, 2001), Direção: Francis Veber, Roteiro: Francis Veber, Elenco: Daniel Auteuil, Gérard Depardieu, Thierry Lhermitte, Michèle Laroque, Michel Aumont, Jean Rochefort, Alexandra Vandernoot, Stanislas Crevillén, Edgar Givry, Armelle Deutsch, Duração: 85 min.

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