Cinderela Bahiana
Inacreditável. Inconcebível. Não existe adjetivo que consiga definir o que é Cinderela Bahiana. O filme, uma suposta autobiografia de Carla Perez, transcendeu qualquer capacidade de avaliação. De certa forma é um dos melhores trash movies já feitos em território nacional. Só que é muito pouco provável que a Carla Perez saiba o que trash significa, ou mesmo movies.
O filme é uma deliciosa coletânea de cenas de humor involuntário. Quando no início do filme se percebe que não existe sequer a assinatura do diretor (quer dizer, ninguém quis ficar responsável por tamanha bomba) tem-se certeza que estamos diante de um clássico no gênero.
O roteiro, isso se existisse algum, narra as aventuras de uma moça pobre do interior da Bahia que consegue superar a pobreza, quando se transforma em dançarina de um grupo de axé. Hmmmm... Onde foi que a gente já viu isso antes?
Daí para frente Cinderela Bahiana junta cenas constrangedoras de dança, com participações especias constrangedoras (destaque para Alexandre Pires, que, na época, namorava Carla Perez), com mais cenas de danças constrangedoras e com diálogos saídos direto de uma aula de português do telecurso 1º grau.
Para fechar com chave de ouro o melhor fica para o final. Carla Perez, acredite quem quiser, faz um tocante discurso contra a pobreza e contra discriminação. É de deixar qualquer Steven Seagal morrendo de inveja. Se você tem aquele senso de humor doentio de quanto pior melhor; Cinderela Bahiana é o que você estava procurando.
Cinderela Bahiana (Comédia involuntária e bota involuntária nisso), Brasil 1998. Direção:Conrado Sanches ( o nome do diretor só aparece na capa do vídeo, nos créditos iniciais do filme ele é suprimido, pode-se imaginar muito bem o porquê) Roteiro:hahahahahahaha... Elenco: Carla Perez, Perry Sales, Fábio Vidal, Lázaro Ramos, Paulo David. Convidados Especiais: Cátia Guimma, Ara Ketu, Jheremmias, Jamil e uma Noites, Cabelo de Fogo, Alexandre Pires. 80 minutos de trash total!