O Homem Invisível

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Olhando em retrospecto todos os sinais estavam lá. A gente é que não percebeu. Mas é evidente que 2020 seria um ano ruim. Afinal de contas, já começou com um dos piores filmes de todos os tempos. Sério. Cats é um desastre de proporções bíblicas. Um verdadeiro prenúncio do apocalipse...

O filme é baseado em um famoso musical da Broadway. De fato, ficou inacreditáveis 18 anos em cartaz. É, até hoje, o quarto show mais longevo. Cats, a peça, foi criada por Andrew Lloyd Webber. O espetáculo teve sua estréia em Londres em 1981. Loyd, ora vejam só, musicou uma série de poemas de T. S. Eliot sobre gatos. A música de maior sucesso é Memory. Aliás, sendo bem honesto, é a única digna de nota.

De qualquer forma, a trama de Cats começa com uma tribo de gatos chamada Jellicles. Todo ano eles precisam tomar uma grande decisão em uma noite especial: escolher um dos gatos para ascender para o Heaviside Layer. Com isso o felino escolhido irá conseguir uma nova e melhor vida. Para decidir a questão, cada um dos gatos conta a sua história para sua líder, a velha Deuteronomy (Judi Dench), na tentativa de ser o escolhido.

Vale dizer que o filme cria a personagem Victoria (Francesca Hoyward), uma gata novata tentando entender tudo o que acontece na trama. Ela fica completamente perdida e o espectador também. Em tempo, Francesca é negra, mas foi representada como uma gata branca. Esse talvez seja o primeiro caso de racismo criado por computação gráfica!

Taylor Swift faz o papel de Bombalurina, a namorada do vilão Macavity (Idris Elba). Aparece pouco e some sem maiores explicações. Já Macavity só não é um perfeito idiota, porque perfeição não existe. O elenco, verdade seja dita, tem nomes de peso como: Ian McKellen, Rebel Wilson, Jennifer Hudson, Judi Dench e Francesca Hoyward. Todo mundo passando vexame no nível máximo e provavelmente tendo de excluir a participação em Cats de sua biografia autorizada.

Apesar do fiapo de história, não é algo tão complicado de adaptar. Tanto que já foi feito um musical em 1998. Mas o diretor Tom Hooper, que ganhou o Oscar pelo Discurso do Rei, resolveu inovar. Ele filmou os atores sem as indumentárias de gatos usadas na peça e no filme de 1998. A justificativa é que assim o elenco teria mais liberdade para dançar e cantar.

Então, foi feito o uso maciço de computação gráfica para criar os corpos do gatos. O problema é que ficou tudo muito humano. Rosto, mãos, pés, seios e bundas? É bizarro. Mas, ainda assim, não seria suficiente para levar Cats ao patamar de OCNI (Objeto Cinematográfico Não Identificado). São momentos como Rebel Wilson deitada no chão com as pernas abertas coçando suas coxas ou baratas com cabeças humanas que fazem o espectador perceber que está diante de algo simplesmente abominável.

Outro problema grave é que ninguém parece saber o verdadeiro tamanho de um gato com as proporções dos cenários mudando constantemente. Para piorar, em alguns momentos, os lábios dos atores (cujos rostos também foram retocados pela computação gráfica para a inclusão de bigodes) não combinam com o que está sendo cantado. Com tantos erros, Tom Hooper poderia facilmente se candidatar a ministro da Educação no Brasil...

Aliás, os efeitos especiais levantaram questionamentos dos mais estranhos Tanto que uma das discussões do filme era sobre a autenticidade da bunda da Taylor Swift. Mas é pura fake news. Ela foi feita em computação gráfica!

J. Tavares

(Cats, EUA, 2020) Direção: Tom Hooper, Elenco: Elenco: Francesca Hayward, Jason Derulo, Judi Dench, Ian McKellen, Idris Elba, Steven McRae, Jennifer Hudson, Taylor Swift, James Corden, Rebel Wilson, Laurie Davidson, Robert Fairchild, Zizi Strallen, Larry, Bourgeois, Laurent Bourgeois, Duração: 110 min (de puro tormento e agonia)

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