Caramuru - A Invenção do Brasil
Contar a história do Brasil não é nada fácil. Não por que nossos historiadores não tenham competência, mas a verdade é que ninguém consegue acreditar nesta terra brasilis. Pitoresco é pouco para descrever os, digamos assim, heróis da Pátria. Um dos mais bizarrros foi Caramuru. O diretor Guel Arraes, que não é trouxa, tentou repetir o mesmo sucesso alcançado com O Auto da Compadecida.
Como se sabe, Caramuru foi feito para a televisão e passou como minissérie na rede Globo. Já que ninguém assiste mesmo ao plim-plim o jeito encontrado pelo diretor foi lançar a obra editada nos cinemas. O ponto positivo é que várias cenas inúteis foram cortadas. O ritmo da história realmente melhorou bastante. Claro que isso nada tem a ver com credibilidade.
Caramuru - A Invenção do Brasil se limita a empilhar piadas, como se fosse um seriado da Sony. Nada faz muito sentido, mas é fácil de digerir. De qualquer maneira o fime começa em 1º de janeiro de 1500 em Portugal. O talentoso pintor Diogo Álvares (Selton Mello) acaba se envolvendo com a sedutora francesa Isabelle (Débora Bloch). Devido a uma sucessão de enganos Diogo é deportado na caravela do cruel Vasco de Athayde (Luís Mello).
O navio naufraga perto da costa brasileira. Adotado pelos índios tupinambás Diogo passa a se chamar Caramuru. De brinde acaba ganhando o amor de Paraguaçu (Camila Pitanga) e de sua irmã caçula Moema (Déborah Secco). Bem, como uma dupla dessas quem quer voltar para Portugal? Aliás, o melhor personagem do filme é o cacique Itaparica interpretado por Tonico Pereira. Se Caramuru não vale como aula de história, nenhuma obra de ficção que coloque Camila Pitanga e Déborah Secco em roupas sumárias pode ser tão ruim assim.
(Caramuru - A Invenção do Brasil, BRA, 2000), Direção: Guel Arraes, Elenco: Selton Mello, Camila Pitanga, Déborah Secco, Tonico Pereira, Débora Bloch, Luís Mello, Pedro P. Rangel, Diogo Vilela, Duração: 110 min
