Como Cães e Gatos
Eis um filme altamente indicado para quem acredita em propaganda subliminar. Em tese é apenas mais uma comédia infantil e infantilóide produzida em Hollywood (os produtores parecem achar a coisa mais engraçada do mundo animais falando como se fossem humanos). Porém quem for paranóico o suficiente pode começar a notar que há algo de podre no reino animal.
Primeiro é preciso notar que o título nacional coloca os cães antes dos gatos. No original em inglês os felinos vêm em primeiro lugar. Isto pode ser explicado devido ao fato de que os gatos são hoje a mascote preferida dos americanos derrotando anos de domínio canino. Ou seja, até que existe mesmo um bom motivo para uma guerra entre ambas as espécies.
O problema é que no Brasil os tradutores já escolheram descaradamente por quem torcer. Aliás, o filme também peca por colocar os gatos como vilões pura e simplesmente. A mensagem é clara. Felinos são bichos malignos e inteligentes e cachorros são abobados, mas simpáticos. Como o cão tem aquele amor incondicional tão típico dos fracassados, vender a idéia de que este tipo de comportamento é saudável é realmente condenar uma nação ao subdesenvolvimento.
A história do filme é banal. O Professor Brody (Jeff Goldblum) está trabalhando em uma vacina que vai acabar com a alergia que humanos sentem aos cachorros. Um gato metido a gênio do mal, Mr. Tinkles, junta um exército de felinos para impedir que isso aconteça e, é claro, tentar conquistar o mundo. Por um acaso do destino a salvação da humanidade reside em Lou, um inexperiente filhote de cachorro. Bem ou mal, o certo é que na vida real os gatos já provaram que são um animal de estimação muito melhor. Afinal, você já ouviu falar de um musical da Broadway chamado Dogs?
(Cats & Dogs, EUA, 2001), Direção: Lawrence Guterman, Elenco: Jeff Goldblum, Elizabeth Perkins, Alexander Pollock, Tobey Maguire (voz de Lou), Alec Baldwin (voz de Butch), Sean Hayes (voz de Mr. Tinkles), Susan Sarandon (voz de Ivy), Duração: 89 min.