Vivendo no Limite
Honestamente, Martin Scorsese é um bom diretor. Não dá para negar que Taxi Driver e Touro Indomável fazem um currículo invejável. Por isso fica difícil de entender algo como Vivendo no Limite. Será que Scorsese precisava de um fracasso. Ou será que ele queria ver se era capaz de dirigir um filme ruim? Bem, seja como for ele conseguiu.
O filme conta a história de um paramédico Frank Pierce (vivido pelo canastrão número 1, Nicolas Cage) que atende pacientes na madrugada violenta de Manhattan. E é isso. Na maioria do tempo, Vivendo no Limite parece um Plantão Médico movido a uma overdose de LSD.
Uma série de tipos estranhos vai preenchendo a tela: bêbados, drogados, vagabundos, traficantes, prostitutas, só a nata da sociedade. Para piorar as coisas, entre uma automedicação e outra, Frank acredita estar vendo fantasmas. Sexto sentido é isso aí.
Para o prato não ficar indigesto demais para o espectador comum Scorsese coloca a encorpada Patricia Arquette como Mary, uma ex-viciada que tem seu pai socorrido por Frank depois de um ataque cardíaco. O velho vai para o hospital e ambos se tornam amigos. Para Frank, ela é o caminho da redenção. Para Mary, ele é o caminho para novas e sofisticadas boletas.
Vivendo no Limite, acaba sendo um daqueles trabalhos do tipo: o filme é uma merda, mas o diretor é genial. Se você for fã de Martin Scorsese arrisque a locação.
(Bringing out the Dead, EUA, 1999) Direção: Martin Scorsese, Roteiro: Paul Schareder (que escreveu Taxi Driver e Touro Indomável e que também devia estar querendo fazer um roteiro ruim) Elenco: Nicolas Cage, Patricia Arquette, Tom Sizemore, Duração: 120 min.