Billy Elliot

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Pense em um devotado pai de família. Um operário padrão, um mineiro que enfrenta a dura rotina de extrair carvão, um trabalho tão desgastante quanto perigoso. Como se isto não fosse suficiente, ele tem de enfrentar a recessão e a implacável perseguição policial dos sombrios tempos em que Margareth Thatcher, a dama de ferro, comandava a Inglaterra.

Este mesmo pai, um exemplo de coragem e dedicação, descobre um belo dia que seu filho quer fazer balé. Pela sua mente uma pergunta ecoa: "onde foi que eu errei?". O filme dirigido por Stephen Daldry encantou as platéias devido a luta de Billy Elliot para se tornar um bailarino da Royal Ballet School. Todavia, o grande ator do filme é o pai (Gary Lewis). Afinal, depois de sobreviver a tantas lutas, sua esposa morreu e seu filho mais velhoTony (Jamie Draven) é um líder grevista caçado pela polícia, ele descobre que Billy Elliot (Jamie Bell) prefere usar sapatilhas a lutar com lutas de boxe.

Aliás, o roteiro brinca todo o tempo com a sexualidade de Billy Elliot. Alguns críticos elogiaram o fato de nunca ficar claro se o herói é ou não homossexual. Bem, se a idéia era mostrar que nem todo o bailarino "ajunta o sabonete no vestiário" com certeza este não é o melhor filme para isso. Só para que se tenha uma idéia Billy recusa um beijo de uma garota mas se atira nos braços de seu melhor amigo Michael (Stuart Wells), que adora se vestir de mulher! Pobre pai, pobre pai!

De qualquer maneira Billy Elliot vai em busca de seu sonho. É descoberto por uma professora de balé de sua cidade Mrs. Wilkinson (Julie Walters), uma chaminé devoradora de cigarros, que o introduz, no bom sentido, ao fascinante mundo do balé. Assim, entre um pas-de-deux e outro, Billy realiza seu sonho e acaba se transformando na salvação financeira de sua família. Mas a que preço? Pobre pai, pobre pai...

J. Tavares

(Billy Elliot, ING, 2000), Direção: Stephen Daldry, Elenco: Julie Walters, Jamie Bell, Jamie Draven, Gary Lewis, Jean Heywood, Stuart Wells, Duração: 111 min.

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