Banquete do Amor
Banquete do Amor é um filme que acredita piamente na nudez gratuita. Basicamente, o diretor Robert Benton não sabe o que fazer. Porém, para preencher os muitos espaços vazios da trama aproveita para colocar o elenco feminino bem à vontade. E, pasmem, mesmo assim não conseguiu fazer um bom filme.
A trama se passa em uma pequena comunidade. No local vive o professor Harry Stevenson (Morgan Freeman). Seu passatempo é dar palpite na vida das pessoas. Sempre amigável ele senta no café de seu amigo Bradley (Greg Kinnear) e passa e distribuir pérolas de sabedoria a quem estiver interessado.
Tudo então se transforma em um pretexto para que o espectador acompanhe várias histórias de amor que de um jeito ou de outro estão interligadas. Algumas destinadas ao sucesso e outras fadadas ao fracasso.
O destaque fica para o multi-corno Bradley. No começo do filme ele está apaixonado por Kathryn (Selma Blair). O problema é que ela o larga por outra mulher! E, claro, com direito a uma leve nudez lésbica de Selma Blair.
Não satisfeito, Bradley tenta novamente. Agora, ele se apaixona por uma corretora de imóveis Diana (Rhada Mitchell), que tem um caso com um homem casado David (Billy Burke). Cansada de esperar por um divórcio que nunca chega, Diana se casa com Bradley. O resultado, como sói acontecer nestes casos, é mais um par de chifres. Possivelmente Bradley estava em busca de um novo recorde mundial...
Ao mesmo tempo, Oscar (Toby Hemingway), o empregado de Bradley, se apaixona pela jovem Chloe (Alexa Davalos). O casal teria tudo para ser feliz. O problema é Bat (Fred Ward), o pai alcoólatra e violento dele. Para evitar mais problemas, ambos tentam comprar um casa, um local para viverem juntos. Como não está fácil para ninguém, decidem fazer um filme pornô caseiro para angariar fundos. E, como se pode perceber, mais um pretexto para cenas de nudez.
Até mesmo Harry não escapa de ter lá seus problemas no casamento. Apesar de ele e sua mulher Esther Stevenson (Jane Alexander) ainda se amarem, não conseguem superar a morte do filho há um ano por overdose de heroína. A tragédia simplesmente fez com que ambos não conseguissem mais olhar para o futuro.
Nem é preciso dizer que Banquete do Amor tem um excesso de personagens, bem como um acúmulo exagerado de tramas e subtramas. O roteiro não consegue dar conta de tudo. Muitos personagens como Kathryn desaparecem sem maiores explicações.
De qualquer maneira, filme poderia se chamar também como Banquete da nudez. O diretor Robert Benton aposta todas as fichas no elenco feminino. Se ele escolher atrizes, digamos assim, mais carismáticas, até faria um cine privê mediano. Como insiste em se levar a sério o resultado final é tedioso e patético.
Na verdade, o filme pode ser definido logo nas primeiras cenas, quando Harry explica que segundo a lenda, os deuses gregos estavam entediados, por isso inventaram os humanos. O tédio não passou, então criaram o amor. Como gostaram do resultado, eles resolveram experimentar a paixão. Mais tarde inventaram o riso, para que pudessem agüentá-la. E Hollywood, claro, inventou a nudez na comédia romântica para tornar tudo mais suportável...
(Feast of Love, EUA, 2007), Direção: Robert Benton, Elenco: Morgan Freeman, Greg Kinnear, Radha Mitchell, Billy Burke, Selma Blair, Alexa Davalos, Toby Hemingway, Stana Katic, Erika Marozsán, Jane Alexander, Fred Ward, Margo Martindale, Missi Pyle, Duração: 101 min.