Arlequina em Aves de Rapina
O Esquadrão Suicida ainda segue fazendo vítimas. Mesmo com uma recepção abaixo da crítica, alguém achou uma boa ideia investir na Arlequina. Por que, em tese, ela foi a única personagem a se destacar no desqualificado grupo de vilões. O resultado pode ser visto em Arlequina em Aves de Rapina (ou qualquer que seja o nome do filme).
O filme da Arlequina é um desastre. Quase tudo é um tremendo equívoco. As interpretações, o figurino, a direção, nada se salva. Basicamente, todo universo construído pela DC Comics é completamente ignorado para desenvolver uma história sobre girl power. Só que único poder que essas garotas precisam é um roteirista melhor...
A trama - se é que existe uma - se baseia no fato de que a Arlequina (Margot Robbie) não é mais a namorada do Coringa. Isso significa que ela perde muito das regalias que possuía. Afinal de contas, quem vai querer mexer com a namorada do palhaço do crime?
Então, ela começa a ser caçada pelas pessoas que irritou na comunidade criminosa de Gotham City. Enquanto pensa em uma maneira de salvar a pele, encontra a garota Cassandra Cain (Ella Jay Basco). A menina está na mira do Máscara (Ewan McGregor) um poderoso barão do crime, que conta com a ajuda do capanga assassino Victor Zsasz (Chris Messina). O motivo de toda confusão é que Cassandra acabou roubando um diamante muito valioso e isso faz com que o vilão passe a persegui-la.
Daí pra frente, Arlequina mostra que não é tão maluca assim, pois percebe que não vai dar conta do recado sozinha e se une a Canário Negro (Jurnee Smollett), Caçadora (Mary Elizabeth Winstead) e Renee Montoya (Rosie Perez). Então essas amigas vão aprontar altas confusões e salvar o dia.
A adição das aves de rapina só atrapalha. As personagens são muito mal desenvolvidas. A exceção é Renee Montoya, que realmente parece uma policial dos anos 80. Inclusive, com a idade correta. Ela abandona o distintivo no meio do filme, mas nem precisava. Provavelmente estaria se aposentando na semana que vem...
Aliás, o ideal seria fazer algo na linha de Shoot 'Em Up (no Brasil, Mandando Bala), filme de 2007. Basicamente, a trama pode ser definida como uma imensa sucessão de tiroteios sem um roteiro no meio. Mas quem precisa mais do que isso para mostrar o carisma da Arlequina? Todo filme poderia ser Margot Robbie fugindo dos inimigos que criou. Algo que faria muito mais sentido com a personagem.
Em tempo, a obra decepcionou tanto nas bilheterias que a Warner Bros mandou trocar o nome do filme. Nos EUA, passou a se chamar “Harley Quinn: Birds of Prey”. A ideia é dar ênfase no protagonismo de Arlequina. No Brasil, o movimento foi o mesmo, e o título oficial seria “Arlequina em Aves de Rapina”. Mudar o título não altera o roteiro (ou falta dele). Portanto, o resultado dessa ação foi pífio e patético.
Mas qual seria o verdadeiro nome do filme ou, pelo menos, o mais correto? A ZeroZen tem uma sugestão a fazer. O filme poderia se chamar: Arquelina: mais uma bomba da DC Films. Seria definitivamente mais honesto...
(Birds of Prey - And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn, EUA, 2020), Direção: Cathy Yan. Elenco: Margot Robbie, Mary Elizabeth Winstead, Jurnee Smollett-Bell, Rosie Perez, Ella Jay Basco, Ewan McGregor, Chris Messina, Duração: 108 min.