Aos Treze

A idéia central de Aos Treze é, no mínimo, inusitada. O filme parece querer mostrar que o grande sonho das adolescentes norte-americanas é se transformar em uma vagabunda. A diretora Catherine Hardwicke tenta defender o seguinte lema: Piranha: a sua filha ainda vai ser uma.

A bem da verdade Nikki Reed, de 13 anos, também tem culpa no cartório. Ela foi co-roteirista junto com a diretora. Bem, se Hollywood já aceita textos de pessoas dessa idade então realmente tudo é possível. Nikki aproveitou e também conseguiu um papel na trama.

Aos Treze mostra a amizade entre Tracy (Evan Rachel Wood) e Evie (Nikki Reed). Ambas começam uma jornada ao inferno onde não vai faltar sexo, drogas e rock'roll (não necessariamente nessa ordem). Tracy é uma mocinha recatada que acaba caindo na senda do crime graças aos maus conselhos da ensandecida Evie.

Apesar do par central, o destaque fica para mãe de Tracy interpretada por Holly Hunter. Ela é o perfeito exemplo de neo-riponga. Educa sua filha na mais completa liberdade de espírito, de acordo com todos os manuais da moderna psicologia. O resultado, como não poderia deixar de ser, é um desastre.

Tracy e Evie rapidamente percebem a maneira mais fácil de ganhar dinheiro na América. Se o filme durasse mais 10 minutos elas teriam aberto um website para pedófilos. Aos Treze, se não acrescenta nada de novo, pelo menos tem a decência de terminar sem uma lição edificante.

Paulo Pinheiro

(Thirteen, EUA, 2003), Direção: Catherine Hardwicke, Elenco: Holly Hunter, Nikki Reed, Evan Rachel Wood, Duração: 100 min.

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