Amores Possíveis
A verdade é que se os amores são possíveis o cinema nacional não é. O filme dirigido por Sandra Werneck é uma dessas fraudes escandalosas. Foi muito mais comentado do que visto. Talvez por isso a a maioria das resenhas publicadas na imprensa tenha sido de caráter elogioso. Mas, a ZeroZen, a única revista com certificado de raiva gratuita, discorda.
Amores Possíveis possíveis conta três destinos possíveis para uma mesma história. Qualquer coincidência com o filme inglês De Caso com o Acaso não é mera coincidência. Carlos Eduardo (Murilo Benício, canastrão como sempre) tentou se encontrar em um cinema com Julia (Carolina Ferraz), sua colega de universidade por quem estava apaixonado, há 15 anos. Ela, é claro, não comparece e deixa Carlos chupando bala.
A partir daí o filme oferece três possibilidades para o loser Carlos Eduardo. Em uma ele é um homem casado com uma mulher (Beth Goulart) que não ama e acaba se transformando no amante de Julia. Na outra história, Carlos é um homossexual (dá ré no quibe, agasalha o croquete) que está em crise e não sabe se larga seu companheiro e volta para seu filho e sua esposa. Por fim, o universitário se transforma em um solteirão convicto eternamente vigiado pela sua mãe (Irene Ravache) que vai acabar encontrando sua alma gêmea através de um programa de computador.
O filme nitidamente não consegue manter o ritmo e o equilíbrio necessários entre as histórias. Talvez por que o roteiro seja fraco, contando apenas com o truque de narrar histórias paralelas para chamar a atenção do público. Além do mais o casal Carolina Ferraz e Murilo Benício pode funcionar na vida real, mas na tela do cinema a sua química é um desastre. Como, até prova em contrário, só se vive uma vez. Por isso economize uma hora e meia do seu precioso tempo não assistindo ao filme.
(Amores Possíveis, BRA, 2001), Direção: Sandra Werneck, Elenco: Carolina Ferraz, Murilo Benício, Irene Ravache, Emílio De Mello, Beth Goulart, Duração: 96 min.