O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

Já dizia a canção Amélie é que era mulher de verdade. Bem, nem sempre. A personagem criada pelo diretor Jean-Pierre Jeunet é mais falsa que a economia da Argentina. Há um grande, enorme, gigantesco, incomensurável esforço para transforma a heroína da história em uma espécie de Madre Teresa de Calcutá made in Paris. O resultado é um dos filmes mais artificiais dos últimos tempos.

A trama começa quando Amélie Poulain (Audrey Tautou) uma meiga garçonete encontra uma caixa de brinquedos que alguma criança escondeu há muito tempo atrás em seu apartamento. Ela então resolve devolver o achado ao seu verdadeiro dono. Depois de algum esforço, Amélie consegue a proeza de encontrar a pessoa a quem pertencia a caixa. Mas, apesar de realizar a boa ação, decide permanecer anônima. Assim, de uma hora para outra, a heroína da história descobre que a sua missão no mundo é ajudar outras pessoas. Então tá.

A garçonete não perde tempo e resolve ajudar todos os seus vizinhos elaborando um plano mirabolante atrás do outro. Por incrível que pareça todos funcionam perfeitamente. Até que ela encontra o misterioso Nino Quicampoix (Mathieu Kassovitz). Então pela primeira vez Amélie vai ter de pensar em ajudar a si mesma ao invés dos outros.

Não há dúvida que O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é mesmo um filme simpático. Perdeu o Oscar de melhor filme estrangeiro por que os americanos não devem ter esquecido a bomba que foi Alien 4, dirigido Jean-Pierre Jeunet. O grande problema é que os maneirismo visuais do diretor acabam deixando o filme com uma cara artificial de propaganda de cigarro. Para piorar, não há história suficiente para segurar duas horas de projeção. É um filme para assistir junto com a sua namorada e fazer pose de intelectual.

J. Tavares

(Le Fabuleux Destin D'Amélie Poulain, FRA/ALE, 2001), Direção: Jean-Pierre Jeunet, Elenco: Audrey Tautou, Mathieu Kassovitz, Rufus, Lorella Cravotta, Claire Maurier, Urbain Cancelier, Michel Robin, Duração: 122 min.

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