Alta Freqüência
Eisten já dizia que o tempo é relativo. Uma prova cabal disso é o filme Alta Freqüência. Apesar de na capa estar escrito que tudo se resume a 90 minutos, ele dura muito mais. Parece que leva uma eternidade para chegar ao final. Tudo para acabar com um De Volta Para o Futuro levado a sério.
A história começa quando o policial John Sullivan (Jim Caviezel) descobre um antigo rádio amador utilizado pelo seu pai. Como sua mulher o abandonou e a vida não está lá essas coisas John aproveita para fuçar no equipamento. Em uma noite em que o céu está iluminado pela aurora boreal, ele descobre que o rádio está funcionando e, mais do que isso, serve como uma ponte para o passado. Graças a incrível tecnologia das válvulas ele pode conversar com o seu falecido pai, o bombeiro Frank (Dennis Quaid).
Claro que a primeira coisa que John faz é contar a seu pai que ele vai morrer tentando resgatar uma pessoa de um incêndio. Ora, não é preciso ser nenhum gênio da ficção científica para perceber que qualquer alteração no passado esculhamba obrigatoriamente com o presente. Mesmo assim John vai dando dicas e mais dicas para seu pai. Até o ponto em que no presente as coisas começam a complicar.
O interessante é que o filme deixa rapidamente de ser um drama nostálgico para se transformar em um policial com direito a perseguição de serial killer. Um matador de enfermeiras capaz de incomodar simultaneamente no passado e no presente entra na trama. Neste ponto Alta Freqüência perde totalmente o interesse. Tudo que resta ao espectador é tentar um contato com algum ente falecido com os espectros de freqüência de seu ronco.
Alta Freqüência (Frequency, EUA, 2000), Direção: Gregory Hoblit, Elenco: Dennis Quaid, Jim Caviezel, Elizabeth Mitchell, Noah Emmerich. Duração: 90 min.