A Forma Da Água

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Tudo bem. Em um momento de conservadorismo, Hollywood decidiu valorizar as minorias. Somente isso pode justificar a entrega do Oscar de melhor filme para "A Forma da Água". Decididamente, o diretor Guillermo del Toro criou uma obra feita para agradar "mulheres-mudas-que-se-apaixonam-por-monstros-anfíbios". Isso sim que é uma minoria. Só que a imensa maioria das pessoas que vai ao cinema sai irritada com o ridículo e a falta de noção do roteiro.

Isso leva a ZeroZen a seguinte questão. É possível fazer piadas sobre o filme? Algo como: ninguém gostou da atuação do monstro. Ele até parece um peixe fora da água. Será que isso não é preconceito contra minorias anfíbias? Será que a crítica tacanha ficou com medo de alguém gritar: "Anfiofóbicos não passarão!"?

O fato é que a trama é rasteira e maniqueísta. Na década de 60, no auge da Guerra Fria, a muda Elisa (Sally Hawkins) trabalha com zeladora em um laboratório experimental secreto do governo. Ela vive solitária, taciturna e cogitabunda. Até que se afeiçoa a uma criatura fantástica mantida presa no local. O "monstro" é usado em experimentos secretos coordenados pelo Coronel Richard Strickland (Michael Shannon) e pelo Dr. Robert Hoffstetler (Michael Stuhlbarg).

O interessante é que esse monstro foi capturado na Amazônia e chamado de Deus pelos locais! Seria o irmão da Cuca? Fica a pergunta...

Elisa acaba se apaixonando pelo "peixão". Veja bem, não tá fácil pra ninguém mesmo. Isso é levar a palavra diversidade a outro patamar. Então, decide liberar o monstro. Para isso, vai precisar da ajuda de seu vizinho, Giles (Richard Jenkins). Ele é um ilustrador desempregado que se divide entre gatos, desenhos e sua TV sempre ligada, com musicais dos anos 30 e 40, de Shirley Temple a Carmen Miranda.

Como isso não parece ser ajuda suficiente, ela também recorre a sua colega de turno Zelda (Octavia Spencer). Como o filme é realmente uma sessão da tarde, essa turminha vai aprontar altas confusões no laboratório secreto.

Diga-se de passagem, Guillermo del Toro sequer foi original, o filme deve muito ao "O Monstro da Lagoa Negra" (1954). Aliás, com personagem-título muito parecido com a criatura aquática deste novo filme. Ou também se parece com aquele sujeito dos filmes do Hellboy, mas isso é outra história. Para deixar tudo ainda mais indigesto, o filme foi acusado de plagiar a peça Let Me Hear Your Whisper, escrita em 1969.

A Forma da Água é um filme ruim, ingênuo, maniqueísta. É profundamente idiota com um roteiro banal, que rapidamente leva tudo por água abaixo. A não ser se a verdadeira ideia do filme era que as princesas precisam dar mais valor aos sapos...

J. Tavares

(The Shape of Water, EUA, 2017). Direção: Guillermo del Toro. Elenco: Alexey Pankratov, Allegra Fulton, Brandon McKnight, Cameron Laurie, Clyde Whitham, Cody Ray Thompson, Dan Lett, Danny Waugh, David Hewlett, Deney Forrest, Diego Fuentes, Doug Jones, Dru Viergever, Edward Tracz, Evgeny Akimov, Jayden Greig, John Kapelos. Duração: 123 minutos

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