Aeon Flux
Aeon Flux é uma daquelas idéias que não poderia dar certo. E não deu. É um desastre premetidado, uma crônica de uma morte anunciada. Nem mesmo a presença da sempre carismática Charlize Theron salva o filme do patético, do risível e do bizarro.
Antes de analisar a trama (sci) propriamente dita é preciso admitir o seguinte fato: quem conhece a história de Aeon Flux? Para começo de conversa, Aeon foi um dos primeiros desenhos animados que a MTV produziu. A ação se passava em um mundo bizarro, criado pelo animador Peter Cheung. Eram episódios curtos, que, no fim das contas, não faziam muito sentido. Aliás, no início, a personagem sequer falava!
Tem mais. A personagem, apesar de tudo, conseguiu algum destaque. Com isso, os primeiros curtas da personagem passaram em um programa experimental da MTV, o Liquid Television. Ninguém entendia muito bem o que estava acontecendo, o que é normal, considerando-se a programação da MTV, mas como Aeon Flux vestia uma roupa sadomasô preta, tudo bem. Curiosamente, a heroína (?) sempre morria no final, o que colaborava para deixar as coisas mais confusas.
Ou seja, se você não viu nenhum desses episódios e não conhece o personagem, não vai entender nada do filme. Se, por outro lado, você for um fã de Aeon Flux, não vai entender por que gastaram tanto tempo e dinheiro para filmar algo que, em essência, é totalmente infilmável.
A primeira coisa que Hollywood fez foi tentar tornar Aeon Flux mais aceitável e compreensível para o grande público. O resultado, como sói acontecer nestes casos, é um tremendo desastre. A trama começa no futuro. Em 2011, um vírus conseguiu dizimar 99% da população mundial. Os poucos que sobreviveram - depois de achada a cura - conseguiram criar uma cidade isolada do resto do mundo, conhecida como Bregna.
Ela é povoada por sobreviventes e também por cientistas, que comandam o local. Em 2411, essa cidade se tornou uma utopia, um paraíso na Terra. Mas, claro, há algo de errado em tanta felicidade. Existe um controle total sobre a população com regras severas. Um grupo de rebeldes chamado Mônica(?) liderado por Handler (Frances McDormand) quer fazer uma revolução e liberar geral.
Para conseguir isso, eles contam com a ajuda providencial de. Aeon Flux (Charlize Theron). Ela é uma agente do grupo rebelde, com apenas um objetivo: matar Trevor Goodchild (Marton Csokas), um descendente da família que ajudou a desenvolver a cura para o vírus mortal e que rege Bregna há 400 anos.
Aeon Flux é enviada a uma missão secreta. É quando ela descobre os segredos guardados da atual realidade do planeta. A partir daí o filme empilha atuações pífias, roteiro medíocre, cenas de ação patéticas, direção indolente, enfim, quase tudo que pode dar errado em um filme acontece na tela.
(Aeon Flux, EUA, 2005), Direção: Karyn Kusama, Elenco: Charlize Theron, Marton Csokas, Jonny Lee Miller, Sophie Okonedo, Frances McDormand, Pete Postlethwaite, Amelia Warner, Caroline Chikezie, Nikolai Kinski, Paterson Joseph, Yangzom Brauen, Megan Gay, Rainer Will, Charlie Beall, Duração: 93 min.