Advogado do Diabo
Não dá para negar que Advogado do Diabo se baseia em uma boa idéia. Mas se o início parece empolgante do meio para o fim coisa desanda rapidamente. Quer dizer, além de Hollywood atualmente ser um deserto quase total de idéias, quando alguém tem um lampejo de gênio aparece um diretor canhestro e põe tudo a perder.
No filme um jovem advogado com cara de abobado da enchente (Keanu Reeves), mas sem muita ética (até aí qual é a novidade?) está para realizar o contrato da sua vida. Pode acabar trabalhando em um grande escritório em Nova York. O salário é excelente, tudo parece perfeito.
Mas quando a esmola é muita o santo, literalmente, desconfia. Mesmo assim Keanu vai para a cidade grande em busca do dinheiro (que não traz a felicidade, é verdade, mas é quase a mesma sensação). Só que ele a sua inacreditável, espetacular, fulminante esposa(Charlize Theron) começam a descobrir que nem tudo é o que parece.
O chefe do escritório (Al Pacino) começa a se aproximar do casal. Até o momento em que Keanu descobre que os chifres na cabeça do seu patrão talvez não sejam culpa de uma mulher sem coração.
O grande problema é que o filme não consegue provocar o mínimo suspense. Al Pacino é um diabo, um capeta, um coisa ruim, para lá de óbvio. Além disso sutileza está longe de ser o seu forte. No fim das contas, vale mais a pena assistir Coração Satânico, de Alan Parker, e conferir um assustador Robert de Niro no papel de satanás.
P.S.- a cena final de Advogado do Diabo é de uma babaquice inexcedível.
(The Devil Advocate, EUA, 1997), Direção: Taylor Hackford. Elenco: Keanu Reeves, Charlize Theron, Al Pacino. 144 min.