007 - Sem Tempo para Morrer (2021)

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007 - Sem Tempo para Morrer marca o fim da carreira de Daniel Craig no papel do agente secreto de sua Majestade. Bem, é uma despedida melancólica e patética. Pelo menos, a série mostra que evoluiu e investiu forte na diversidade. Afinal de contas, Daniel Craig veio provar que gente feia também pode fazer o papel de espião...

Acredite quem quiser o arco dramático de Craig em 2021 completou 15 anos. Durante esse período somente duas coisas foram dignas de nota. A primeira foi Cassino Royale, que não parece um filme da série, o que é um mérito. Depois, Operação Skyfall foi uma espécie de Missão Impossível com grife. O resto é pura perda de tempo.

A trama começa com James Bond (Daniel Craig) aposentado na fila no INSS da Inglaterra. Ele vive ao lado de Madelleine Swann (Léa Seydoux). Para quem não se lembra ela apareceu em "007 contra Spectre" (2015). O casal parece apaixonado e feliz.

Mas a Spectre surge do nada e começa a perseguir a dupla. Bond suspeita de uma traição, que não necessariamente envolve uma situação de cornitude, o que fácil perceber devido à ausência de sertanejo universitário na trilha sonora. E resolve terminar a relação. Antes disso, a gente descobre que o filme tem um vilão, o terrível Lyutsifer Safin (Rami Malek). Perceberam? A pronúncia é algo como Lúcifer Satã. É dose pra mamute. Aliás, ele é tão assustador que surge no começo e é simplesmente esquecido para retornar no terço final.

Aliás, existe uma nova 007 (Lashana Lynch). Mas será que os produtores terão coragem de manter a atriz no papel? De qualquer forma, a trama é lenta e arrastada. Há um esforço para fazer uma espécie de reunião de despedida com todos que tiveram alguma relevância. Ou seja, o filme insiste em dar espaço demais a personagens como Moneypenny (Naomi Harris), M (Ralph Fiennes), Q (Ben Whishaw) e até Blofeld (Christoph Waltz). Para isso funcionar há um excesso de cenas e diálogos inúteis.

O curioso é que um dos melhores momentos do filme não faz o menor sentido na trama. A ação em Cuba quando 007 se encontra com Paloma (Ana de Armas) é realmente divertida. Mas poderia ter sido podada na edição final. Ainda assim, Ana de Armas é a coisa mais próxima de um 007 em todo filme.

No fim das contas, a despedida de Daniel Craig vira uma espécie de Casos de Família. No cinema, a gente fica esperando o João Kléber aparecer gritando "para, para, para tudo". A duração da trama, que tem quase três horas, também não ajuda. O vilão é inútil. É um final deprimente de uma série que se estende por 25 anos e mostra sinais nítidos de cansaço.

J. Tavares

P.S. - Em época de fake news vale o alerta: o título diz que o agente não tem tempo para morrer. Mas ele arranja tempo, sim.

(007 - No Time To Die, EUA/ING, 2021), Direção: Cary Joji Fukunaga, Elenco: Daniel Craig, Rami Malek, Léa Seydoux, Ben Whishaw, Jeffrey Wright, Ralph Fiennes, Ana de Armas. Duração: 163 min.

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