Machado de Assis em preto e branco

A Caixa Econômica Federal adora a ZeroZen tanto que fez questão de gastar uma quantidade enorme de recursos pertencentes ao erário público em um processo que não podia ganhar. Tudo para movimentar a economia e manter o setor jurídico - ainda invicto - desta impoluta revista. Então nada mais justo que homenagear a Caixa no obituário com os seus bizarros comerciais sobre Machado de Assis! Sim, pela primeira vez esta seção vai analisar dois comerciais de uma única vez!

Tudo começou quando a Caixa Econômica Federal passou a veicular uma campanha publicítária sobre os 150 anos da instituição. Até aí, nada demais. A ideia era mostrar personalidades históricas e sua relação com a Caixa.

Basicamente, a marca se refere aos correntistas da empresa e cita que Machado de Assis, também foi um deles. A campanha também mostra o escritor depositando dinheiro em uma caderneta de poupança e informa que ele fez seu testamento pela Caixa.

Uma homenagem muito justa, diga-se de passagem. Só teve um pequeno problema, Na peça, o escritor Machado de Assis é interpretado por um ator branco. Epa! Epa! Como assim? Tudo bem que leitura não é mesmo o forte de quem trabalha em Agência de Publicidade. Mas retratar o escritor Machado de Assis como branco também já é demais. Como não poderia deixar de ser a peça provocou um impacto negativo. O pessoal se revoltou e foi xingar muito no twitter.

A situação ficou ainda pior quando a Caixa recebeu críticas da Secretaria de Igualdade Racial. O órgão do governo chamou de "lamentável esse deslize numa campanha que vem sendo desenvolvida numa linha educativa e instrutiva que inclusive já retratou fatos históricos desconhecidos da população." A CEF veio a público admitir o erro e avisar que faria um novo comercial. "O banco pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial", disse o presidente da Caixa, Jorge Hereda, em nota divulgada pelo banco.

De fato, o comercial foi refeito. Agora o escritor é um afro-brasileiro. Só tem um detalhe. Machado de Assis era, na verdade, um mulato. Aliás, o escritor sempre fugiu de qualquer discussão sobre raça. Ou seja nem tanto ao céu nem tanto à terra. Então a Caixa conseguiu fazer dois comerciais e cometer dois erros seguidos. Nada mal, nada mal... É um recorde a ser batido no obituário.

Da Equipe de Articulistas

P.S. - Em outro comercial da mesma série o homenageado foi o Comendador Coruja. A Caixa diz que ele recebeu esse apelido por ficar lendo na rua sob a luz dos lampiões. Nada mais falso. Essa é uma lenda sem qualquer base histórica...

Propagandas da Caixa Econômica Federal:

Machado de Assis - Branco



Machado de Assis - Negro

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