SBP: "macacos me piquem e mosquitos me mordam..."
Uma coisa é certa nossos maravilhosos publicitários fazem de tudo para a agradar o cliente. Eles não medem esforços para varrer qualquer vestígio de ética e aceitar sugestões que não façam o menor sentido em um comercial. Tudo para embolsar mais dinheiro, digo, para satisfazer a vontade do cliente. Um exemplo disso é a nova campanha para o SBP Automático.
O filme "Macaco" é uma criação da Agência RSCG Brasil e foi produzido pela Bossa Nova Films. A direção é de Georgia Guerra-Peixe. Na peça publicitária, mãe e filho vão ao zoológico. Então a criança ao ver um macaco dando tapas no ar, declara que ele está espantando mosquitos. Depois o primata aparece pulando, o menino automaticamente deduz que ele está matando baratas.
A mãe, em um daqueles momentos mágicos que só existem em comerciais, ao invés de dar um puxão de orelhas e fazer um longo discurso sobre os malefícios do uso de crack, simplesmente larga a seguinte pérola para o filho. “Só lá em casa tem proteção 24h”. Hein? Como assim? Não tinha um diálogo melhor? Algo que soasse menos falso?
Depois mãe e filho vão para casa e ela liga o SBP Automático. O menino abraça um macaco de pelúcia e diz 'ainda bem que aqui não tem inseto". É realmente impressionante. Nada faz muito sentido. Associação do produto com zoológico é bizarra. Não há uma linha de raciocínio nenhum no comercial.
Em tese, a ZeroZen acredita que alguém na Reckitt Benckiser - fabricante do SBP - viu algum capítulo da novela das sete. No meio da trama aparece um chimpanzé. Automaticamente o executivo genial deve ter pensado: "macacos são legais, vamos criar um comercial com eles". Tempos depois chega na Agência um briefing dizendo: "tem que ter um chimpanzé na campanha do SBP". E deu no que deu...
Só para constar, o SBP Automático é um sistema automático que dispara microsprays a cada 15 minutos, protegendo os ambientes contra mosquitos, moscas, baratas e formigas. A ação do produto é de quatro semanas. Foram investidos R$ 50 milhões para comunicar o lançamento em filmes veiculados em TV aberta e a cabo, além de anúncios impressos e materiais de ponto-de-venda. A maior parte do dinheiro, é claro, foi para o macaco...
"Macacos me piquem e mosquitos me mordam..."