MTV vira quintal da Globo
MTV vira quintal da Globo e Luana Piavani quer o lugar de Carla Perez...
A 6ª edição do VMB(Vicodin, Maconha e Benzina) marcou uma tentativa de aproximação da MTV com a televisão de verdade, aquela que tem uma audiência maior que um traço no Ibope. Coisa que a MTV só consegue uma ou duas ocasiões por ano, e uma delas no próprio VMB.
O tema da noite era uma homenagem aos 50 anos da televisão brasileira. Afinal se a Globo fez, por quê a MTV também não? O fato da Globo ter 35 anos nessa área e a MTV apenas 10, explicaria facilmente o porquê.
Agora fica a pergunta: o MTV Awards americano tem por acaso algum tema? Evidentemente não. Pois tema de festa é coisa para dar utilidade para desocupados. E a MTV brasileira, até segunda ordem, serve para isso mesmo: cabide de empregos para freaks e losers, que só conseguem sobreviver dentro do mundinho alienado da emissora. A maioria que tentou sair desse espectro quebrou a cara lindamente.
Então desfilaram pela festa inúmeros astros da televisão "aberta", que marcaram presença tanto fisicamente como em vinhetas gravadas. Por um lado isso foi positivo, pois limitou bastante as constrangedoras e patéticas participações de VJs e outros agregados da MTV. Por outro deixou o VMB com jeito de Globo de Ouro dos pobres.
Mesmo assim a turba de pascácios da MTV marcou sua presença. As vezes de forma indireta, como no caso do VJ, coadjuvante do programa de domingo da dupla Sandy & Junior e candidato a Cazé: Marcos Mion. Que apresentou o prêmio de melhor animação em vídeo clip(?!) e participou da festa na forma de uma animação desanimada e sem graça como toda festa.
A entrega dos prêmios foi trôpega, desconexa e principalmente maçante. Com shows fracos e sem grandes destaques e o que é pior: com os mesmos artistas de sempre. Afinal quem quer ver o Planet Hemp ou os Raimundos se apresentarem de novo no VMB? Com certeza os executivos da gravadora Sony e da EMI, respectivamente, mas o resto da platéia poderia muito bem ficar sem isso.
A vitória unânime de público e critica do Rappa com "A minha alma( a paz que eu não quero)" consagra uma música pretensiosa e boba, que aparentemente quer dizer muita coisa, mas no que fundo não diz nada. Não se pode esquecer que o Rappa é freqüentemente considerada uma banda digna e integra, que a denominação que o crítico de jornal usa quando a música é uma merda, mas o pessoal da banda é gente fina.
A apresentadora da noite foi a modelo e atriz de novela, Luana Piovani, bastante desfrutável e comestível, que parecia querer roubar o lugar da Carla Perez no SBT, tamanha a falta de intimidade com a telinha. Afinal como bibelô decorativo Luana cumpre seu papel com desenvoltura, mas daí a querer ser apresentadora de televisão são outros 450. É um erro comum artista de novela achar que tem algum talento, mas sabe como é: a vida real é muito diferente.
A premiação deste ano também aposentou o clip de ouro para apresentar uma espécie de troféu ultra fashion e nada original, que lembra demais o símbolo da Toyota. Sinal definitivo que a MTV está devidamente institucionalizada. Só resta agora cria um cartão de crédito da emissora. Mas pára aí! eles já fizeram isso... Então não falta mais nada.
Rapidinhas
A baiana Daniela Mercury, bastante desfrutável e comestível, recebeu uma recepção fria no VMB, apesar de uma comissão de frente considerável e generosamente a vista. Mesmo com o prêmio na categoria Axé, ninguém deu muita bola para ela, sendo uma das artistas menos aplaudidas da festa. Afinal depois de sua investida com a música eletrônica no último carnaval da Bahia, já tem gente duvidando de sua sanidade mental.
Ainda da turma da Bahia, a ex- Banda Eva, ex-Luciano Huck e ex-artista de sucesso, Ivete Sangalo aparentemente só tem um modelo de roupa. É incrível, mas essa mulher em todos os VMBs usou o mesmo modelo de vestido. Ela deve pensar que artista é que nem super-herói de quadrinhos e precisa ter uniforme.
O VMB desse ano incluiu algumas categorias novas como melhor clip de música eletrônica e melhor Web site de artista. Categoria de melhor Web site? Tu deve estar brincando comigo. Os webdesigners da MTV devem ter forçado a inclusão da categoria no VMB, pois só eles poderiam estar interessados em tal coisa. Em tempo o vencedor da categoria foi o esdrúxulo, pouco funcional e ultra fashion site da Marisa Monte. Precisa dizer mais alguma coisa?
A apresentação deste ano foi pródiga em duplas esdrúxulas Lilian Witte Fibe e o pugilista baiano Popó, Fernanda Lima(a nova contratada da MTV, bastante desfrutável e comestível) e Zé Bonitinho, Clodovil e Max Fivelinha. Para o próximo ano sugerimos as seguintes duplas: Regina Casé e Antônio Hermílio de Moraes, Max Cavalera e Sandy, Cid Moreira e Simoninha, Sidney Magal e Edson Cordeiro etc.
Em tempo como alguém pode ter o nome artístico de Simoninha e ser levado à sério?
Mas a pior dupla foi, com certeza, o casal Marília Gabriela e Reynaldo Gianecchini, que numa típica demonstração de insegurança juvenil resolveu provar que ainda era dono daquele campinho e beijou Tia Marília antes de apresentar o prêmio de melhor clipe do ano. Como se alguém ali se importasse com a vidinha medíocre deles...
Edu K o eterno loser gaúcho conseguiu seus 15 minutos de fama apresentando o prêmio de melhor demo clip ao lado da Feiticeira, a popozuda maior.
Chorão e Jair Rodrigues fizeram a dupla inusitada da vez. Na entrega do prêmio na categoria melhor vídeo de Rap, Jair soltou a mesma ladainha de sempre sobre ser o inventor do Rap no Brasil( a Derci Gonçalves já disse, e com razão, que quem inventou aquela história do "deixe que falem, não tô incomodando ninguém" foi ela). Agora Jair, cai na real. Ninguém quer ter no seu currículo a primazia na invenção de algo tão chato e banal como o Rap. E para ser correto o repente nordestino é anterior a tudo isso e tão chato quanto.
O diretor espanhol Pedro Almodovar, apareceu na festa a convite de Caetano Veloso podem imaginar dupla maior de impostores? e pagou um mico como poucos. Isso é o que dá andar com más companhias...
Outro que pagou seus pecados foi o tenista Gustavo Kuerten que participou do VMB direto de Cincinnati, onde disputava um torneio. Sem aúdio, nem texto e completamente por fora do que estava acontecendo o tenista perdeu uma boa oportunidade para ficar aperfeiçoado seu ace.
Marisa Monte encerou o show com seu cabelo "Noiva de Frankstein" cantando "Amor I Love You" e "Não vá embora". Na verdade todo mundo já tinha ido há muito tempo. E a festa não poderia acabar de forma mais melancólica.
Lenine, um dos maiores perdedores da noite, na falta do que fazer resolveu condenar o Napster, o notório programa de computador que permite download de mp3s por inúmeros usuários da internet. O músico declarou para quem quisesse ouvir: "não me peça para dar de graça a única coisa que tenho para vender". Santa ingenuidade... Caro Lenine se a tua música é a única coisa que tu tem para vender melhor trocar de profissão.
O troféu a "miopia nunca descansa" vai para o duble de apresentador de televisão e babaca por opção: Marcelo Tas, o único que teve a coragem na imprensa de elogiar a festa desse ano. Pelo menos ele disse ter assistido a premiação de casa. O que explica muita coisa...
Confira lista dos vencedores do VMB
Escolha da audiência
Axé: "Ilê Pérola Negra" - Daniela Mercury
Clipe do ano: "A Minha Alma (a Paz que Eu Não Quero)" - O Rappa
Democlipe: "Na Dúvida Atire" - Radar Tantã
MPB: "Amor I Love You" - Marisa Monte
Música eletrônica: "Video Computer System" - Golden Shower
Pagode: "Meu Querubim" - Os Travessos
Pop: "Três Lados" - Skank
Rap: "Us Mano e as Mina" - Xis
Revelação: "Anna Júlia" - Los Hermanos
Rock: "A Minha Alma (a Paz que Eu Não Quero)" - O Rappa
Site de artista: Marisa Monte
Eleitos pelos Jurados
Animação: "O que Aconteceu com Nosso Amor" - Andrea Marquee
Clipe do ano: "A Minha Alma (a Paz que Eu Não Quero)" - O Rappa
Direção: "A Minha Alma (a Paz que Eu Não Quero)" - O Rappa
Direção de arte: "Made in Japan" - Pato Fu
Edição: "A Minha Alma (a Paz que Eu Não Quero)" - O Rappa
Fotografia: "A Minha Alma (a Paz que Eu Não Quero)" - O Rappa
Como é que se liga esse troço?