U2 – All That You Can’t Leave Behind

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O U2 é uma banda atrás do tempo e do dinheiro perdido. Já foi dito que o U2 chegara no fundo do poço com o álbum Pop(97). Então qual seria o próximo passo da banda depois de uma coletânea caça-níqueis? Obviamente tentar emular o próprio som, numa tentativa frustrada de voltar as suas raízes roqueiras. Afinal se não se pode vencer todas, o negócio é empatar. Para isso trouxeram inclusive a dupla de produtores Daniel Lanois e Brian Eno, que produziram alguns dos melhores trabalhos da banda.

O problema é que de tudo que o U2 não poderia deixar para trás, eles foram esquecer justamente da inspiração de outrora. E essa, pelo visto, não volta mais. All That You Can't Leave Behind é fraco e pouco ou nada acrescenta a discografia da banda.

Alguns críticos mais afoitos julgaram ser esse álbum a volta do U2 ao bom e velho Rock’n’Roll. Então tá. Esse pessoal, evidentemente, não ouviu o CD inteiro. Pois em "All That You Can’t Leave Behind", ao contrário do que se possa imaginar, populam as baladas que fazem a alegria das FMs. Das onze faixas apenas duas: "Beautiful Day" e "Can’t Get Out of", com muita boa vontade— o que não é o caso aqui— talvez possam ser chamadas de rock. Mesmo assim ambas estão longe de serem memoráveis ou mesmo dignas de nota. E é preciso que se diga: mesmo no campo das baladas o U2 já compôs coisa melhor que as nove faixas restantes.

Mas se há algo de positivo em "All That You Can’t Leave Behind" é que se percebe que até que o álbum Pop não era tão ruim assim... O U2 arriscou todas suas fichas naquele álbum, buscando novos caminhos para sua música e quebrou a cara lindamente. Mas pelo menos a banda estava correndo riscos. Agora tenta voltar atrás num álbum apaziguador e adocicado, mas como diria o mestre Neil Young: "Once you’re gone, you can never come back"...

Saulo Gomes