The Darkness - Permission To Land
Permission To Land é um álbum divertido na acepção gay da palavra. O que temos aqui é um típico produto para consumo interno britânico, não muito diferente de um Oasis da vida. Já que basicamente The Darkness revisa alguns dos riffs e solos de guitarras mais manjados de todos os tempos, sem acrescentar nada de novo ou interessante(igualzinho ao Oasis).
A imprensa britânica tenta vendê-los com a salvação do rock, pois segundo essa gente(NME) ninguém mais faz esse tipo de som hoje em dia. Até pode ser verdade, o problema é que existe uma razão bem simples para isso: todo mundo já fez antes e melhor. Então a quem exatamente interessa uma banda como The Darkness?
Sinceramente, a alguém que começou a ouvir música na semana passada e ainda não ouviu nada de Queen, Kiss, AC/DC, Thin Lizzy, The Sweet, Boston ou do “hair metal” dos anos 80. Que diga de passagem é uma pessoa completamente ignorante, mas certamente muito feliz...
Para tentar melhor visualizar o drama, imagine que The Darkness é como o AC/DC soaria se um dia participasse do programa Queer Eye For The Straight Guy. O vocalista e aparecido Justin Hawkins canta com uma voz de castrato de fazer inveja a Rob Halford, mas estranhamente soa como Robert Smith do The Cure quando usa seu tom normal.
Os malabarismos vocais de Hawkins são suficientes para arruinar praticamente todas as faixas do álbum, que ao menos possuem um bom instrumental, desde que você não esteja preocupado com originalidade.
É preciso admitir que Permission To Land é um álbum bem produzido, o que não é exatamente uma surpresa. Na verdade a produção rebuscada só reforça a idéia de armação, cuja carapuça parece servir perfeitamente para banda.
Enfim o futuro do The Darkness está diretamente associado com o sucesso, ou não, da banda nos Estados Unidos. Se a banda estourar nos EUA teremos que aturar esses caras por muito mais tempo. Caso contrário a banda vai virar uma piada local do tipo lixo europeu, não muito diferente do Oasis.
Para terem uma idéia a gravadora da banda lançou Permission To Land nos EUA como se já tivesse alcançado disco de ouro (500 mil cópias) antes mesmo do seu lançamento. Depois se descobriu que na verdade a gravadora distribuiu 500 mil cópias para as lojas americanas, mas não quer dizer necessariamente que elas foram vendidas. Um dos truques mais velhos do livro secreto do marketing do rock’n’roll, possivelmente o livro de cabeceira do pessoal do The Darkness. Isso na hipótese positiva deles souberem ler...
P.S.: O curioso é a maioria das bandas de “hair metal” dos anos 80, nas quais The Darkness se inspira livremente, sequer saíram dos Estados Unidos, fazendo quando muito um sucesso local e olhe lá. Então chega mais uma vez uma banda britânica, tentando ensinar para os americanos como se faz marketing, digo rock. Isso soa ainda mais estranho quando se sabe que The Darkness antes de entrar para lado negro da força era uma banda “indie” que fazia covers de Radiohead e, ora vejam só, Oasis...