Madonna é a Vovó Zona do pop?

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Sim, todos estamos ficando velhos. A Madonna no auge dos seus 65 anos que o diga. No show - realizado na praia de Copacabana no Rio de Janeiro - ela várias vezes fez menção a uma carreira de 40 anos. Bem, se ela fosse professora já estaria aposentada. E talvez esse seja o melhor caminho para a cantora: tirar o time de campo. Por que o final da turnê Celebration mostrou que há muito pouco o que comemorar...

A turnê Celebration tem um forte caráter teatral. O que faz sentido. Madonna não pode mais sair correndo de uma ponta a outra do palco. Não sem o sem andador. Enfim, Celebration serve para celebrar a própria Madonna. É fácil notar que a cantora segue com a auto-estima em alta.

Porém, a verdade é que não existe nada de errado com isso. Bandas como Rolling Stones passaram décadas celebrando a sua música e nem por isso fizeram shows ruins. O problema é que Madonna escolheu um repertório equivocado. Certo. Talvez ela tenha escolhido canções que se prestem ao aspecto teatral. Mas o resultado foi um espetáculo morno, com um público que só não pediu o dinheiro de volta porque o show foi de graça...

Outra coisa curiosa é como Madonna adora mostrar o seu lado transgressor durante todo tempo. Talvez para chocar a sociedade conservadora norte-americana. Mas no Brasil não cola. A gente inventou o quadradinho de oito. A gente assistia a Banheira do Gugu. Aqui é outro nível. Basicamente, o que a cantora acredita ser o máximo da depravação são os 15 minutos iniciais de uma festa funk...

O show teve uma curiosidade: "Everybody", "Into the Groove", "Burning Up" e "Holiday" realmente fizeram parte da plateia se mexer. Mas mesmo com alguns sucessos indiscutíveis o público só vibrou de verdade em "Hung Up”, de 2005. Aparentemente, essa gente só ouviu o álbum “Confessions on a Dancefloor”, disco com proposta de atualizar a disco music.

Além disso, é importante destacar a participação brasileira. Anitta subiu no palco durante a canção Vogue. Ficou dando nota para as performances dos dançarinos sentada ao lado de Madonna. Em um determinado momento, Madonna parece estar ensinando a Anitta a como abrir as pernas. O que, claro, deve ser uma lição mais inútil que buzina em avião.

Mas havia espaço para outra participação. Na hora de “Music”, que ganhou uma pegada interessante com a presença de um grupo de ritmistas de escolas de samba, Pabllo Vittar entrou em cena. Dançou acompanhada dos percussionistas e sensualizou com Madonna. Não cantou uma única nota.

Aliás, fica o recado. No show de Madonna nem Anitta nem Pabllo Vittar cantaram por um segundo sequer. Sim, a cantora pode ter 65 anos, mas ainda não está surda...

Por fim, a ZeroZen não vai elogiar os músicos. Por quê? Bem, o motivo é simples. Eles não existem. A grande maioria do show é feita em cima de bases pré-gravadas. O que faz todo sentido. Se tem uma coisa que gente velha gosta é karaokê...

P.S. - Se você entendeu a referência do título, sinto informar mas é um caso claro de DNA (Data de Nascimento Avançada)...

Pedro Camacho

Setlist Madonna Celebration (2024) em Copacabana:

    “Nothing Really Matters”
    “Everybody”
    “Into the Groove”
    “Burning Up”
    “Open Your Heart”
    “Holiday”
    “Live to Tell”
    “Like a Prayer”
    “Erotica”
    “Justify My Love”
    “Hung Up”
    “Bad Girl”
    “Vogue”
    “Human Nature”
    “Crazy for You”
    “Die Another Day”
    “Don’t Tell Me”
    “Mother and Father”
    “Express Yourself”
    “La Isla Bonita”
    “Music”
    “Bedtime Story”
    “Ray of Light”
    “Bitch I’m Madonna”
    “Celebration”

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