Radiohead - Kid A

kida.jpg (17021 bytes)

O Radiohead sofre de um mal que já vitimou muitas bandas inglesas: a pretensão britânica. Acontece da noite para o dia: o músico inglês acorda achando que é gênio e começa a compor uma música chata, obviamente pretensiosa, que os críticos(ingleses) rapidamente incensam ao posto de nova maravilha do mundo. Deve ser algum complexo de inferioridade mal resolvido, afinal o rock é americano, assim como o blues e o jazz. Mozart era austríaco e Beethoven alemão...

Kid A, último trabalho do Radiohead, é um típico exemplo da pretensão britânica: o que temos aqui é uma música insípida e inócua, que serve apenas para irritar o ouvinte. No geral, a impressão que fica é que Kid A eleva ao cubo os momentos mais pedantes de Ok Computer, álbum anterior da banda, tornando tudo mais indigesto e insuportável.

A banda acaba enveredando pelo caminho duvidoso do rock experimental, com pitadas progressivas e influências cada vez mais nítidas de bandas como King Crimson e Can. Que podem ser ouvidas em faixas como: The National Anthem , How Disappear Completly e Optimistic entre outras.

É possível ouvir Kid A do início ao fim sem que uma música sequer chame a atenção, nem uma frase de guitarra ou uma melodia que mereça um momento digno de lembrança. Não há nada no álbum que lembre "Creep"— até hoje eles não compuseram nada melhor do que essa música— ou "Karma Police" um dos raros bons momentos de Ok Computer.

Esse álbum é um verdadeiro deserto de idéias, para terem uma idéia as mais de vinte páginas do encarte ao invés de trazerem as letras, trazem desenhos abstratos de significado nulo. Kid A é possivelmente o maior suicídio comercial que se tem notícia desde Vitalogy do Pearl Jam. O que prova que pretensão e música chata não é exclusividade dos ingleses.... O álbum não tem um single em potencial que dê para livrar a cara da banda. Fica realmente difícil destacar essa ou aquela canção, tamanha a homogeneidade: são todas um saco!

Por fim Kid A é típico álbum que o fã compra por obrigação, ouve uma vez e guarda o CD no fundo o armário. E quando lhe perguntam sobre o que achou do álbum, disfarça e muda de assunto. Logo se você não é fã do Radiohead, nem é parente dos caras, não há nada que vá lhe interessar aqui. Salve seus nickles e invista em qualquer outra coisa. Depois não precisa agradecer.

Saulo Gomes