Nada de Novo no Planeta

Em sua 6ª edição o Planeta Atlântida chegou num ponto de estagnação difícil de superar. O pessoal da organização vai ter que se esforçar bastante para fazer algo pior do que isso ano que vem. O grande problema do festival é que todo ano se apresentam as mesmas bandas e artistas. Praticamente todas as atrações do festival desse ano já tinham tocado no Planeta, sem contar o fato que são velhos, mas bota velhos nisso, conhecidos do público gaúcho. Mas como alguém bem disse o Planeta Atlântida não é a respeito dos shows, mas sim do público. Principalmente, o feminino recém saído do berço que popula o festival. As apresentações são só um detalhe, cada vez mais negligenciadas diga de passagem. Uma desculpa para reunir a maior quantidade possível de deliciosas e disponíveis ninfetas bronzeadas. E nisso, é preciso admitir, o festival é um sucesso. O resto...

Dia 09 - Sexta
Ultramen – Esses caras são um equivoco de proporções monumentais. O show deu uma nova definição para a palavra chatice. Depois disso uma operação no siso é uma alegria. Tocaram duas vezes a música Bico de Luz em uma demonstração crônica de falta de repertório. Abriram o festival com uma versão hip hop da música tema do festival, aquele tipo de concessão artística que uma banda só faz quando não leva muita fé no próprio taco. Ainda fizeram uma versão de "Peleia" uma música que tenta unir o rap a música gaudéria. Bisonho. O pessoal do Ultramen ainda trouxe várias participações especiais para o palco do Planeta: Da Guedes, a vocalista Andrea da Hard Working Band entre outros. Não fez a menor diferença.

Zeca Baleiro – Zeca Baleiro devia ter tocado no Fórum Social Mundial em janeiro em Porto Alegre, mas o contrato com o Planeta impediu. Baleiro faria bem mais sentido no meio dos freaks e losers daquele evento. No Planeta serviu apenas para esfriar o público com um show arrastado e chato. O pior que Zeca tem seu lado Carlinhos Brown e resolveu fazer discurso do tipo: "se não gosta da minha música vai tomar uma cerveja". Um verdadeiro convite ao alcoolismo. Como se não bastasse cantou que o rock errou e disse que quem inventou o Rock’n’Roll foi Luiz Gonzaga. Então tá. Conta outra.

Skank – Com um repertório baseado no último álbum, o fraco Maquinarama, o Skank fez um show burocrático, jogando pelo empate como todo bom mineiro. Veteranos de vários Planetas a banda parece ficar pior com os anos. E quem viu um show do Skank viu todos. Reação do público só nas músicas mais conhecidas tipo Jack Tequila e É Proibido Fumar. Samuel Rosa pagou o mico do festival ao pedir, com a natural modéstia da banda, para ser capa de um dos jornais da capital gaúcha.

Charlie Brown Jr – O vocalista do Charlie Brown Jr, Chorão é um chato. Morô? O cara não pára de falar, disse que é discriminado por usar boné e bermuda. Morô? Coitadinho. A dele banda é muito ruim. Morô? Bom para ele é o Planeta, negócio é tocar para 35 mil pessoas. Morô? Rock In Rio não tá com nada. Quem quer tocar para 250mil pessoas? Morô? O show ainda teve participação especial totalmente dispensável de Zeca Baleiro cantando "Proibida pra Mim". No Fucking Way! Morô?

Cidade Negra – Alguém realmente gosta dessa banda? O Cidade Negra é uma banda pop que não certo ou banda de reggae realmente ruim? Teve uma confraternização com Samuel Rosa do Skank e Chorão do Charlie Brown todos participantes do MERIR(Movimento dos Excluídos do Rock In Rio). A platéia poderia ter sido poupada de mais essa.

Nenhum de Nós. O show surpresa. Cá entre nós uma surpresa deveras desagradável. Do tipo não precisava, ninguém pediu, mas lá estavam os Nenhum de Nós no palco para fazer mais um show medíocre de sempre. Lamentável.

Tribo de Jah – A "Tribo de Jah era" fez aquele seu show preguiçoso de sempre. A Tribo fez uma versão cretina de Santeria (Foi uma onda que rolou), do Sublime. Ainda teve um troço chamado Reggae do Rio Grande. Constrangedor. O público foi para o bar ou para os locais temáticos.

O Rappa - Um novo paradigma para a palavra chatice. Qualquer coisa que se apresentasse depois desses caras pareceria genial. O Rappa é o tipo de banda que não faz diferença. Não faz diferença que eles ficaram fora do Rock In Rio, não faz diferença que o baterista Marcelo Yuka levou trocentos tiros, não faz diferença que estejam fazendo sucesso. Pois no fundo eles continuam a mesma merda.

Planet Hemp – Quem é que joga fumaça para o ar? Planet Hemp! Quem é que enche saco falando de maconha como se tivesse descoberto a erva na semana passada? Planet Hemp! Como o show foi depois de O Rappa pareceu menos chato de costume. Mas de qualquer forma equivocado.

Ira! – O Ira! fechando um festival de rock em 2001 é prova cabal que existe algo muito errado com o mundo em que vivemos. Um caso sério de rock com prazo de validade vencido. O que estariam fazendo aqueles senhores gordos em cima do palco. Mais um mico genial: Marcelo "mala" D2 subiu ao palco para uma desastrada versão de "Vitrine Viva" que durou 11 minutos!! O tempo todo D2 e Nasi ficavam gritando "Vitrine, Viva! Planet Hemp!". Devem ter dito isso umas 2.178 vezes. Bisonho. O Ira! saiu mais cedo do palco, ninguém pediu mas eles voltaram para um manjado bis programado.

Da reportagem local

Confira os shows da segunda noite