Planeta Atlântida 2007: Um passo a frente dois para trás

Depois do fiasco da recusa das credenciais para a ZeroZen no ano passado pensamos em largar a cobertura do Planeta Orbeat, digo, Atlântida, de vez. São sempre os mesmos artistas, fazendo sempre os mesmos shows, com o mesmo repertório e para a mesma platéia de fetos mesmerados. Mas pensando bem a ZeroZen não cobriria um festival que nos aceitasse como jornalistas. E como já tem gente acreditando que nós estamos trabalhando para RBS, e que essa seria a razão de nossa galopante e irreversível decadência. Resolvemos num esforço Herculano fazer uma resenha sobre o Planeta Atlântida 2007 sem ter visto a maioria dos shows, pois sinceramente nós estamos pouco nos lixando. E também não faria a menor diferença se tivéssemos visto...

Sexta, 2 de fevereiro
Maskavo
Hum... Maskavo abrindo uma noite do Planeta? Deixa ver se eu adivinho: eles não devem ter lançado nada esse ano pelo selo Orbeat. Esse caras não costumavam se chamar Maskavo Roots? Pois os caras perderam suas ‘raízes’, mas ainda continuam plantados nesse atraso de vida que é reggae music de arrasto.

Fernanda Abreu
Quem ainda perde tempo com a careira de Fernanda Abreu? Possivelmente uma dessas criaturas vetustas que fazem a programação da Atlântida FM, sempre antenados com as ‘novidades’, devem considerá-la um expoente do instigante funk carioca. Mas o pior de tudo, o horror dos horrores é ter ouvir da carioca sangue bom o hino da complacência nacional, aquele do refrão: “Eu só quero ser feliz andar tranquilamente na favela em que nasci”. Ninguém merece...

Marcelo D2
O convívio com Zeca Pagodinho parece ter feito bem ao D2. A julgar pelo inchaço ele parece estar deixando seu velho vício da erva do capeta, para se dedicar com devoção ao goró. E alcoolizado até mesmo sua ladainha musical de samba-rap parece mais lenta e cadenciada. Mas isso não é o suficiente para mudar o fato que só quando ele recorre ao repertório de sua antiga banda, Planet Hemp, a platéia esboça alguma reação.

Jota Quest
Jota Quest o Roupa Nova da nova(?) geração continua sua carreira sem sentido, nem fundamento, mantendo-se fiel ao estilo banda de baile sem muita pretensão ou talento exatamente como nós já tínhamos dito antes. Também como já tínhamos dito o Jota Quest é a trilha sonora da balada ruim: mulher feia, cerveja quente e música de rádio FM. Não por acaso eles parecem possuir cadeira cativa no Planeta Orbeat.

O Rappa
O Rappa continua sendo uma das piores bandas ao vivo que se tem notícia. O fato deles terem tocado em praticamente todos os Planetas explica muita coisa.

Babado Novo
Ok encontraram uma substituta a altura de Ivete Sangalo, e superior em vários aspectos. Agora uma substituta para axé music, infelizmente, ainda parece estar distante... A vocalista Cláudia Leitte é bastante fagocitável e até tentou uma cover de D’yer M’ker do Led Zeppelin. OK valeu a tentativa, mas menos, menos...

Jeito Moleque
WTF? Como, quando e por quê? Sinceramente esse pessoal não merece mais comentários do que isso.

Sábado, 3 de fevereiro
Ultramen
Com mais de dez anos de estrada essa é a primeira vez que a Ultramen chega ao palco principal do Planeta. O que é um feito, já que praticamente qualquer banda gaúcha com menos de uma semana de existência consegue uma chance de tocar no Planeta. Mas se levarmos em conta o fato que a Ultramen não pertence ao selo Orbeat isso até que faz algum sentido.

Papas da Língua
A música pop brasileira anda tão decadente que até uma banda absolutamente medíocre como Papas da Língua ameaça estourar no resto do país. Isso quando esse pessoal parece ser incapaz de produzir uma melodia assobiável mesmo que isso fosse uma questão de vida ou morte.

Skank
Se todo roqueiro brasileiro é um funcionário público frustrado. O Skank é a própria imagem do tédio de uma repartição pública numa véspera de feriado. Tudo sempre igual. Até mesmo aquela história de pedir para a platéia girar as camisetas para fazer a capa da Zero Hora foi repetida de novo. Deviamente ignorada outra vez.

Lulu Santos
Alguém ainda se importa com Lulu Santos? Quando foi a última vez que ele teve um sucesso? Possivelmente uma dessas vetustas criaturas que fazem a programação da Atlântida FM sempre antenados com as ‘novidades’ devem ainda considerá-lo um ‘hitmaker’. O Show começou às 22 horas, pois se fosse mais tarde teria passado da hora do tiozinho ir dormir.

Charlie Brown Jr.
A cada ano que passa Chorão fica mais velho e chato. Para terem uma idéia o cara emendou lá pelas tantas uma versão de “Prá não dizer que não falei de flores” aquela do “Caminhando e cantando” de Geraldo Vandré. Nada mais vetusta e caquética.

Armandinho
A ZeroZen avisa existe uma pandemia na música brasileira que afeta artistas e público: a do reggae de arrasto. O contato com esse tipo de música induz ao tédio profundo e é a porta entrada para drogas mais pesadas, como axé music e assemelhados. Mas ZeroZen torce pelo sucesso de Armandinho, pois assim ele vai embora para o Rio de Janeiro e desaparece por lá.

Fatboy Slim
Num gênero povoado por picaretas, Fatboy Slim é, sem muito esforço, o picareta maior. Tipo de criatura que usa a camiseta da seleção brasileira para agradar a galera. Diga-se de passagem, o DJ inglês Norman Cook é o terceiro artista internacional a se apresentar no Planeta. Essa seleta lista conta com o também DJ Tiësto (sua paciência) e, acredite se quiser, Men at Work . O que explica muita coisa. Alguns dias depois de sua apresentação no Planeta o DJ participaria do Big Brother Brasil 7 onde deveria entreter as cobaias da Globo numa festa. O cara, no entanto não esquentou as mãos nos pick-ups por muito tempo, deixou uma música pré-gravada rolando e foi atacar a geladeira do BBB. Sintomático.

Da reportagem local