Planeta Atlântida 2005
SEXTA-FEIRA, 28
Comunidade Nin-Jitsu + Massacration + Tequila Baby - 17h
Comunidade Nin-Jitsu
O mesmo show de sempre, mas passou tão rápido que nem
deu tempo de encher o saco. Talvez seja essa a solução
para o pessoal da Comunidade Nin-Jitsu : passar a tocar sets de 20
minutos o resto da carreira. Assim dá para aturar um bando
de marmanjo, com famílias para sustentar, inclusive um dos
filhos do guitarrista Fred fez uma participação especial
no show, se fazendo de universotário com mentalidade de aluno
de curso profissionalizante do 2º grau. Isso na hipótese
positiva do pessoal da Comunidade ter uma profissão de verdade...
Massacration
O que falta para esse pessoal do Bernes e Carrapato é timing
de humor: eles não sabem quando finalizar uma piada. A idéia
de fazer uma paródia de uma banda de Heavy Metal na TV era
interessante, em disco insuportável e ao vivo no Planeta simplesmente
inaceitável. Mais uma grande bola fora da produção
do evento. O Massacration ao vivo é como o programa da trupe
de patetas na MTV: do começo ao fim nem uma só risada,
a não ser que você goste de rir do amadorismo da coisa.
Se for assim vá num show de Heavy Metal no Opinião que
você vai rir muito mais...
Tequila Baby
Da Tequila Baby só se pode dizer uma coisa: tudo errado do
princípio até o avesso. Eles visualmente se parecem
com os Ramones mas musicalmente fazem um rockinho genérico,
que induz ao tédio profundo após apenas alguns acordes.
Fica a pergunta: por quê duas bandas que já fecharam
o Planeta Atlântida se sujeitariam a abri-lo, fazendo shows
de 20 minutos apenas? Well, vejam bem, Comunidade Nin-Jitsu e Tequila
Baby pertencem a Orbeat, mas eles não lançaram nada
ano passado, logo não possuem real interesse para o selo no
momento. Já Reação e Cadeia e Papas na Língua,
que lançaram discos, têm a chance de tocar em horários
nobres. Inclusive fecharem uma das noites. É assim que funciona
as coisas no Planeta Orbeat do grupo RBS. E sabe como é: se
a Globo é o Big Brother a RBS é a Big Sister. Mas também
existe outra explicação: uma vez pelego sempre pelego.
Ira (Acústico)
- 18h40min
A insanidade continua: para que diabos trazer shows acústicos
para um festival de verão? Ninguém percebeu que o Planeta
não é o lugar para esse tipo de coisa? Mas é
aquela coisa: o Brasil é o único lugar do mundo em que
uma banda promove um álbum ao vivo fazendo shows. Veja ao vivo
aquilo que você já viu na MTV, só que agora com
interpretação e som inferiores. E banda nacional é
que nem funcionário público, se aprendeu de um jeito
vai continuar fazendo daquele jeito até o fim. Para piorar
as coisas os arranjos acústicos para o repertório do
Ira! só realçam a fragilidade das composições
da banda. Sem falar que o vocalistas Nazi, mais afônico do que
costume, parece cantar todas como velho rabugento. O que, convenhamos,
ele é.
Cidade Negra -
19h55min
A existência do Cidade Negra desafia qualquer lógica.
Nem mesmo o pessoal que ouve reggae tem grande consideração
por esses caras. E olha que essa gente com a mente obnubilada pelo
cigarrinho do capeta ouve qualquer coisa. A banda teve que recorrer
a covers para disfarçar a falta de repertório, ou de
hits recentes. Assim teve Charlie Brown Jr., Chuck Berry (Johnny B.
Good), na versão de Peter Tosh(ico), e Eu Também Quero
Beijar, do baiano Pepeu Gomes. Na qual o vocalista e mala Toni Garrido
propôs uma salva de palmas para a Bahia, e foi logo respondido
pela platéia com o ultra babaca, mas desta vez bem apropriado:
AH! Eu Sou Gaucho! Para fechar o show a banda emendou uma versão
vergonhosa de Geração Coca-Cola, da Legião Urbana,
depois de um discurso incoerente, nenhum surpresa aqui, no qual Toni
Doido Varrido, mandou o presidente dos Estados Unidos se ‘fock
you’. Bush nem dormiu direito àquela noite por causa
disso.
Barão Vermelho
- 21h15min
Agora o tédio vai rolar e é direto. Um show caduco feito
especialmente para gente mais caduca ainda( o pessoal que faz a programação
da Atlântida FM). Por que diabos Frejat passou o tempo todo
com um cachecol na garganta?! Só faltou a bengalinha e o balão
de ar. O show lembrou mais uma apresentação solo de
Frejat do que um show do Barão Vermelho propriamente dito,
não que exista grande diferença. Agora por que uma banda
com mais de 100 anos de carreiras como o Barão Vermelho precisa
fazer covers de Cazuza, Rita Lee Legião Urbana e, por quê
não, do próprio Barão Vermelho para preencher
uma apresentação de uma hora? Quase tão constrangedor
quanto o show dos Titãs ano passado ou retrasado, tanto faz.
Marcelo D2 - 22h45min
Sinceramente Marcelo D2 precisa fumar um e relaxar. D2 e tire algum
proveito. O cara não pára de falar, ele parece usuário
de outro tipo de droga. Devia ter uns dez músicos no palco,
incluindo o ex-guitarrista da Pitty, mas tudo o que se ouvia era a
ladainha do D2, que simplesmente não fechava aquela matraca
um minuto sequer. Além disso D2 tem que usar os últimos
neurônios que ainda não queimou. Para perceber que só
quando deu um tempo nessa palhaçada de hip-hop com samba e
tocou duas músicas do Planet Hemp é que a platéia
esboçou alguma reação.
O Rappa - 0h15min
Não é por nada não, mas depois da saída
do baterista Marcelo ‘Iuca’ (Yuka é americanizado
demais) já era hora de O Rappa largar todo esse pretenso engajamento
social e começar a desfrutar o high society. Sabe como é
muito difícil acreditar no engajamento social de quem está
comendo a Débora Secco. Aqui se aplica a mesma regra do Skank,
na verdade com uma pequena diferença: é mais difícil
dizer se esse show foi igual ao do ano passado, pois ninguém
se lembra de um show do Rappa...
CPM 22 - 1h35min
O CDF 22 continua trilhando o caminho emo de banda mais inócua
da nova geração. Talvez só os Detonautas consigam
ser mais pífios. Punk rock melódico feito na primeira
pessoa do infinitivo e infinitamente chato. Terceiro ano seguido da
banda no Planeta e nenhum sinal de progresso.
Reação
em Cadeia - 2h55min
Definidos pela imprensa chapa-branca como “rock sentimental”,
ao que se entende como música de corno. O grunge emo do pessoal
do Reação em Cadeia é chato, mas bota chato nisso.
As letras ‘sentimentais’ da banda não fariam feio
no repertório de uma boyband qualquer ou do Odair José.
E há quem ache esses caras uma banda de rock. Santa inocência.
O grande problema da banda é o vocalista Jonathan Côrrea
lembra a personificação que o comediante Adam Sandler
costumava fazer do líder do Pearl Jam Eddie Vedder. O cara
canta todas as músicas, que já não são
muito diferentes, no mesmo tom e faz as mesmas intonações
vocais que Eddie Vedder fazia circa 91. Não por acaso a banda
incluiu um cover do Pearl Jam no set, mas como a música não
faz parte do playlist da Atlântida a platéia de neófitos
ficou boiando.
SÁBADO, 29
Engenheiros (Acústico) - 17h45min
A insanidade continua parte 2: O acústico dos Engenheiros é
uma daquelas provas irrefutáveis de que Deus tem um senso de
humor bastante bizarro. A apresentação acústica
conseguiu ser um pouco melhor do que a do Ira! mas foi prejudicada
pelo vento e pela péssima equalização dos instrumentos.
O show contou também com participação de Clara
filha de Humberto que como se sabe nem pro tools salva, mas se isso
serve de compensação para o paizão Gersinger
ao menos ela não precisa de photoshop...
Seu Jorge - 19h
+D2
O problema do samba-rock é que tem muito samba e pouco rock.
Sem contar que Jorge Bem já fazia isso em 63 e muito melhor.
Esse foi um daqueles shows que já começa com um pedido
de desculpas, Seu Jorge chegou a se referir a sua apresentação
como um ‘intervalo no itinerário normal do festival’.
Seu Jorge, diga-se de passagem, é uma dessas invenções
cariocas como frescobol e mate gelado. Nasceu para morrer na praia.
Seu Jorge não é exatamente um bom interprete, nem um
bom compositor, enfim o cara é simplesmente mais um, cuja relevância
desafia lógica. O show teve participação especial
de D2 que se perdeu nos camarins na noite anterior e aparentemente
não achou o caminho de casa.
Pitty - 20h20min
Pitty começou seu show com uma versão acústica
de Bang Bang (My Baby Shot Me Down) da trilha sonora do filme Kill
Bill Vol 1, que deixou a platéia peripatética. Primeiro
essa música não faz parte do playlist da Atlântida
FM, logo a maioria das criaturas da platéia nem imaginava do
que se tratava. E obviamente ninguém na platéia viu
o filme. Sem falar que Pitty realmente precisa aprender a cantar em
inglês. Daí para frente a coisa foi previsível,
com Pitty desfilando músicas do seu primeiro disco, o totalmente
equivocado e superestimado, Adimirável Chip Novo. A zerozen
não sabe quem anda bancando a Pitty, mas para um álbum
de rock nacional ter mais de quatro vídeoclips na MTV alguma
coisa está errada. Isso eqüivaleria, num país civilizado,
a mais de 4 singles tirados de um álbum. Coisa reservada apenas
para artistas que vendem mais de 1 milhão de cópias, o que definitivamente
não é o caso da Pitty. A única surpresa foi uma
canção nova, que se revelou ser uma tentativa pífia
de fazer um hardcore no estilo das bandas punks dos anos 80. Pitty
ainda incluiu um cover de Changes do Black Sabbath no final do show.
O que foi bastante sintomático já que Pitty está
passando por mudanças: ela está ficando gorda. Visual
que está mais de acordo com seu fenótípo de gótica
de botique. Já o baterista e marido da Pitty de bigode é
cara do Sonny Bono da dupla Sonny & Cher
Na saída do show perguntaram ao vivo para Pitty o que ela achava da identificação do público infantil com o trabalho dela, ela titubeou disse que não era o seu público alvo mas que era melhor do que ouvir outras coisas bla, bla, bla. A ZeroZen tem uma explicação para esse fenômeno e gostaria de compartilhar com a cantora. É basicamente o seguinte: SÓ ALGUÉM COM A IDADE MENTAL DE 4 A 13 ANOS PODE TOLERAR AS TUAS LETRAS. Só alguém com a idade mental 4 a 13 anos, ou que começou a ouvir música na semana passada, para engolir esse plastiche de grunge rock que a tua banda faz. Era isso.
Lulu Santos -
21h40min
A princesa Lulu Santos se comportou como tal: pediu um camarim privativo
e não deu entrevistas. Uma atitude sabia se você for
considerar as criaturas que estavam transmitindo o evento. Apesar
da banca o show de Lulu foi morno. Tudo muito competente e incrivelmente
chato. Não tão chato quando o show do Barão Vermelho,
mas aí também seria impossível.
Skank - 23h10min
O problema de trazer a mesma banda todo ano é que o público
vai presenciar o mesmo show do ano passado. Banda de rock nacional
é que nem funcionário público: só sabe
fazer de um jeito e se mudar alguma acaba se perdendo. Assim Skank
repetiu o show do ano passado sem mudar praticamente uma nota, até
mesmo a história de girar as camisetas foi repetida. E mais
uma vez não foi a capa da Zero Hora...
Charlie Brown
Jr. - 0h40min +D2
A cada apresentação do Charlie Brown Jr. no Planeta
a banda parece envelhecer dez anos. É quase irônico vê-los
perder parte do seu público para Pitty (Vacant), que ao menos
é jovem ao contrário do vetusto Chorão. Mas a
bem da verdade se você não se liga em skate, não
está naquela faixa mental dos 4 aos 13 anos, está se
lixando para hip-hop e não tolera o fato que vocalista Chorão
use boné para esconder a calvície. Existe uma grande
chance que você acabe achando um show do Charlie Brown Jr. tão
instigante quanto uma partida de gamão.
Papas da Língua
- 2h10min
A insanidade continua parte 3: Por que o Papas da Língua fechou,
ou melhor quase fechou, o Planeta desse ano? Pois eles lançaram
um DVD acústico pela Orbeat no ano passado, logo eles precisam
promovê-lo, para alcançar a impressionante marca de 500
cópias vendidas localmente. Quanto ao Papas da Língua
eles são simplesmente muito ruins, é antítese
de uma banda pop: são incapazes de escreverem um refrão
que preste ou uma harmonia memorável. Alguém, pode argumentar
que eles são músicos competentes, mas disso qualquer
fila de seguro desemprego está cheia. Detalhe o vocalista da
banda insistia que o evento estava sendo transmitido para todo o Brasil,
quando na verdade o Canal fechado Multishow encerrou suas transmissões
logo após o show do Charlie Brown Jr.. O pessoal da Orbeat
deve ter omitido esse detalhe...
DJ Tiësto
- 3h30min
O DJ Tiësto (sua paciência) é supostamente “o
maior DJ do planeta na atualidade”. Well, a julgar por sua apresentação
(sic/sci) deve ser muito fácil ser o maioral nessa área:
tudo o que você precisa é de um bate estaca e o screensaver
do winamp no telão. Claro que várias drogas químicas
ajudam. Dá próxima vez que a zerozen for derrubar uma
parede aqui no escritório é só alguém
trazer o exactasy que a gente faz uma rave...