Planeta Atlântida 2003 - 8 de fevereiro

Chimarruts (Palco Fogo)
Tudo que começa mal, termina mal. A platéia recebeu o pessoal da Chimarruts com suprema indiferença, o que, na verdade, é mais até do que a banda merece. Se o Palco Orbeat era para a segunda divisão do festival este era o lugar da Chimarruts.

Maskavo (Palco Água)
Outro erro monumental da organização do festival. O Maskavo já era, se é que algum dia foi. Não existe qualquer justificativa lógica para a banda de Brasília estar entre as principais atrações. Um show onde foi preciso um alto consumo de bebidas alcoólicas para suportar tanta música ruim.

Papas da Língua (Palco Fogo)
O primeiro momento de empolgação da noite. Claro que o Papas da Língua tem de agradecer - e muito - às bandas anteriores. Depois de um começo tão ruim qualquer coisa que viesse faria o público vibrar. E olha que o Papas enfrentou um verdadeiro temporal. Um dilúvio tomou conta da apresentação do grupo. Ao invés de se apresentarem no palco Fogo, eles tocaram no Palco Abaixo de Água. Como a banda até que possui alguns sucessos e alguma qualidade musical fez um show competente. Como não tem repertório suficiente e não dá para cantar jingles de comerciais apelou para covers de "Sorte" e "Baby", de Gal Costa e "Ciúme", do Ultraje a Rigor.

Zeca Pagodinho (Palco Água)
Peraí... Desde quando toca Zeca Pagodinho na Rádio Atlântida? O sambista foi uma espécie de corpo estranho no festival. Parece que ele só veio para tomar aquela cervejinha de graça no meio da apresentação. Porém é preciso que se diga o público cantou junto "Deixa a Vida Me Levar", "Faixa Amarela", "Vai Vadiar", "Verdade", entre outros sucessos. De certa forma, Zeca Pagodinho fez um dos melhores shows da noite. Quer dizer... isto pelo menos levanta dúvidas sobre o futuro do festival. Com a qualidade do rock nacional cada vez pior, é possível que surja um Planeta Pagode 2004? Melhor nem pensar... Obs: Zeca Pagodinho não deveria ter se apresentado no Palco Água. O mais certo seria palco pau d`água...

Paralamas do Sucesso (Palco Fogo)
Os Paralamas do Sucesso com certeza eram a maior atração da noite. Havia uma brutal expectativa sobre o show, depois da fantástica recuperação de Herbert Vianna. Aliás, cabe aqui um parênteses. Era mais do que justo que o líder dos Paralamas parasse o show para agradecer a ZeroZen, a única revista a prever o seu trágico acidente. Mesmo assim, não há de ser nada. O problema é que agora os Paralamas não tem mais condição de participar de um show para grandes platéias. Teatros e casas noturnas parecem mais adequadas ao novo estilo da banda. Apesar da reconhecida competência sonora da banda, o show acabou resultando morno e sem empolgação.

Gilberto Gil (Palco Água)
Eis que sobe ao palco o excelentíssimo ministro da Cultura, o senhor Gilberto Gil. Bem, ele não foi fazer nenhum discurso, mas sim cantar. Essa não! Pois é... Gil além de receber o salário de ministro ainda fatura uns trocados enganando uma incauta organização de festival no Rio Grande do Sul. A considerar pela qualidade de seu show, Gil deveria se dedicar mais a política. E urgente! O show começou com "Three Little Birds" e "No Woman No Cry" e outras músicas pérolas do CD Kaya N´Gan Daya, trocadilho infame para homenagear Bob Marley. Aliás, o ministro protagonizou o momento mais sem noção de todo o Planeta Atlântida. Durante a apresentação a platéia se empolgou e como é tradicional no Planeta gritou: "Ah, eu sou gaúcho". Gil completamente respondeu: "Ah, eu sou baiano". Bem, e nós com isso?

Comunidade Niu-Jitsu (Palco Fogo)
A banda surpresa mais manjada de todos os tempos compareceu ao Planeta Atlântida. Pura perda de tempo. Em tempos de Eguinha Pocotó a Comunidade Niu-Jitsu é capaz de um dia ainda fazer sucesso. Afinal, o grupo tem um som palha, letras ridículas e apelativas, ou seja, tudo que é preciso para ocupar as paradas de sucesso.

CMP22 (Palco Água)
Uma coisa precisa ser dita. O CMP22 é uma das bandas mais chatas surgidas no Brasil nos últimos tempos. Ela tenta emular o hardrock californiano de bandas como Bad Religion e PennyWise, mas o resultado final é um desastre. Faltam letras consistente e peso nas guitarras. O resultado final é deprimente. A banda foi empilhando uma música atrás da outra, sem sequer se dar ao trabalho de trocar os acordes. Para piorar as coisas, o quarteto paulista fez uma versão pífia e patética de Meu Erro, dos Paralamas do Sucesso. Uma banda que desponta a passos largos para o anonimato.

Da equipe de Articulistas