Planeta Atlântida 2003 - 7 de fevereiro
Armandinho (Palco Fogo)
Armandinho não. Armação
isso sim. Eis uma atração sem a menor condição
de figurar em dos palcos principais. Nem de brincadeira. Como se diz
atualmente: ninguém merece. O público só se manifestou
quando Armandinho cantou seu sucesso (sic e sci) Folha de Bananeira.
Um dos piores shows de todo o festival.
Engenheiros do Hawaii (Palco Água)
As pessoas continuam cantando as músicas
do Engenheiros do Hawaii. A pergunta é por quê? Não
há dúvida que Humberto Gessinger atingiu o seu sonho.
Se tornou uma espécie de dinossauro do rock brasileiro. Seu
show misturou músicas novas com sucessos da década de
80. E o público realmente cantou junto. É o tipo de
coisa que faz qualquer pessoa perder a fé na humanidade
Cidade Negra (Palco Fogo)
Toni Garrido sabe que musicalmente o Cidade Negra não tem mais
nada a fazer ou acrescentar. Tanto que virou apresentador de programa
na Globo, que é uma maneira muito mais fácil de ganhar
dinheiro. A banda se tornou musicalmente irrelevante e vem fazendo
o mesmo show há uns 10 anos. Está mais do que na hora
da aposentadoria dos caras. O show burocrático e sem inspiração
do Planeta confirma isso.
Charlie Brown Jr. (Palco Água)
O vocalista Chorão estava insatisfeito com o som da banda.
Para o líder do Charlie Brown Jr., o grupo precisava de mais
peso. O que ele fez então? Engordou uns 15 quilos. Deve a tal
da barriga da prosperidade. O fato é que cada vez Chorão
dava um pulo o palco tremia. Mais uns dois quilos e o vocalista vai
estar desafiando lutadores de sumô. De qualquer maneira, finalmente
o Charlie Brown Jr. fez um show razoável no Planeta. Conseguiram
acordar o público. Agora, é dose ver uma geração
que acredita que andar de skate é o máximo de rebeldia
que o mundo tem a oferecer. Tsk, tsk...
Skank & Jota Quest (Palco Fogo)
Um dos maiores equívocos do festival.
A idéia de juntar Skank e Jota Quest não deu nada certo.
O Skank provou novamente que é a melhor banda ao vivo do Brasil.
Só que nem teve tempo de demonstrar isso, pois teve de dividir
metade do seu show com o Jota Quest. As bandas até tocaram
juntas uma versão pífia de É Proibido Fumar.
E foi a vez do Josta Quest tomar conta do pedaço. Na hora quem
que o vocalista Rogério Flausino atacou com a infame Na Moral
conseguiu a maior dispersão jamais vista no Planeta. Todo mundo
arranjou coisa melhor para fazer. No final, o Skank retornou tentando
ao palco tentando salvar a pátria, mas já era tarde
demais. As bandas ainda tocaram juntas mais três músicas,
porém o público deu uma de Peter Townshend e foi procurar
alguma chave de cadeia para ser preso por pedofilia.
Capital Inicial (Palco Água)
Como o Capital foi o último show
do palco água resolveu naufragar de vez. O vocalista Dinho
acha que o máximo de rebeldia em um discurso é inserir
um palavrão atrás do outro. Pois é... O interessante
é que apesar da expectativa a respeito do show, o público
começa a perceber que o Capital é mesmo uma fraude.
Basta dizer que o público começou a gritar no meio do
show "É legião, É legião" pedindo
para a banda tocar algum cover de Renato Russo. Finalmente a platéia
descobriu que o repertório do Capital se resume as músicas
roubadas do Legião Urbana. O resto é pura enrolação
Tequila Baby (Palco Fogo)
Desastre. Calamidade. Horror dos horrores.
O show da Tequila Baby foi uma das coisas mais deprimentes do Planeta.
A primeira coisa que é preciso saber sobre esses caras é
que de punk-rock eles não têm nada. São, no máximo,
um punk-pop muito mal-feito. Para piorar as coisas, existe um bando
de gente acéfala que insiste em dar a banda um status que ela
não possui. Fora do Rio Grande do Sul, o Tequila Baby não
passa de um coadjuvante, um figurante de última categoria no
cenário do rock nacional. Portanto, a escolha deles para fechar
a noite é injustificável. Boa parte da platéia
já tinha ido embora, mas os que ficaram resolveram apoiar a
banda. É o famoso provincionalismo gaúcho. Em defesa
da banda pode-se dizer que foi um dos shows mais coesos do festival.
Ruim da primeira a última música...