Pearl Jam - Live on two Legs

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O Pearl Jam foi uma das bandas mais promissoras e bem sucedidas dos anos 90, ninguém vendeu mais discos no auge da febre grunge que abalou o rock americano em 91. Porém, a partir do álbum Vitalogy de 94, os caras foram progressivamente fazendo discos cada vez mais chatos, alternando momentos de pretensão artística desmedida e um completo desleixo musical.

Pois é da turnê do último álbum Yield de 98— talvez o pior disco que a banda já gravou— que saiu o material do álbum ao vivo Live on two legs. Apesar do esforço da banda em mostrar que ‘ainda está viva’, tudo soa meio melancólico, como uma espécie de canto dos cisnes do grunge. Afinal os caras que não faziam concessões, que se recusavam a fazer vídeos para MTV, que queriam baixar os preços dos ingressos dos seus show vendendo-os diretamente pela Internet, hoje baixam a cabeça resignados e lançam um disquinho ao vivo para garantir uns trocados.

O repertório do CD é variado e desconexo, nada dos maiores sucessos da banda como "Alive" ou "Animal", apenas alguns hits secundários, misturados com o pouco que se dá para aproveitar dos últimos álbuns da banda.

A verdade é que o Pearl Jam, de um jeito ou de outro, acabou seguindo a cartilha de autodestruição do grunge, só que ao invés de fazer como Kurt Cobain, lider do Nirvana, que acabou se matando. O vocalista Eddie Veder preferiu fazer com que sua banda cometesse um suicídio comercial coletivo, perdendo fãs a cada novo disco.

Resta destacar outro tributo ao Neil Young, com quem a banda já gravou um disco Mirror Ball em 95, na cover de F*ckin’ Up, que fecha o disco. Sem contar alguns acordes de Rockin’ in the free world, música que já fez parte do set list da banda e costumava encerrar os show da turne do CD vs., na faixa daughter.

Sabe como é: quando a coisa fica difícil sempre resta um fazer cover do Neil Young— a quem já andaram chamando de pai do grunge— para salvar o dia e livrar a cara da banda.

Saulo Gomes