Oasis - Don’t Believe The Truth

Há algum tempo virou moda os filmes coloridos por computador. Os gaiatos de Hollywood acharam que era uma boa idéia pegar os clássicos do cinema feitos em preto e branco e colocar cor em cima. Pois é exatamente isso que o Oasis faz. Ele pega rocks antigos e tenta modernizar a pílula para atrair os neófitos de outras gerações.

O resultado - como nos filmes - é ridículo e risível. Funciona apenas para quem não conhece nada da história do rock, coisa absolutamente comum aos fãs da banda, chamados pejorativamente de oasers. Para essa gente desqualificada, há pelos uma boa notícia.

Don’t Believe The Truth, sexto disco oficial dos irmãos Gallagher é muito melhor que o desastre anterior Heathen Chemistry. Aliás, esse disco é tão ruim que a ZeroZen não resenhou de pena. Mesmo assim, o novo álbum é apenas razoável com poucas canções memoráveis.

Verdade seja dita, o disco começa bem com Turn Up The Sun, composição de Andy Bell, e The Importance Of Being Idle, disparado a melhor canção da banda em muito tempo. Ambas se salvam da mediocridade. Porém, Part Of The Queue, Guess God Thinks I’m Abel e a balada irritante e açucarada até o limite da insanidade Let There Be Love afundam o álbum de maneira irreversível.

No fundo, o Oasis é hoje a banda mais velha da atualidade. Seus integrantes já deveria estar na fila no INSS do rock. Ou seja, depois de copiar riffs de Beatles, T. Rex, The Who, Rolling Stones, Led Zeppelin agora querem copiar a si mesmos. De fato, Don’t Believe The Truth é uma tentativa de voltar ao tempo de Definitely Maybe quando a banda tinha alguma relevância. Moral da história? Não acredite na verdade, no Oasis, e, principalmente, nos fãs da banda.

J. Tavares