Smashing Pumpkins - "MACHINA/The Machines of God"

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O vocalista dos Smashing Pumpkins Billy Corgan é uma espécie de Midas: só que ao invés de ouro, tudo o que ele toca se torna incrivelmente chato. O cara já conseguiu escrever dois dos álbuns mais chatos e pedantes da história do rock: "Mellon Collie And The Infinite Sadness"(95) e "Adore"(98). Sem contar suas colaborações em álbuns de terceiros, como "Celebrity Skin" do Hole e "Mechanical Animals" do Marilyn Manson, que não podem ser esquecidas. Já que contribuíram diretamente para o fracasso de vendas dos mesmos. O cara só não é a figura mais chata do rock americano da atualidade, pois a concorrência nessa área é acirrada. Mas com certeza ele está entre os dez mais. E com o último lançamento da banda, Corgan se mantém, sem muito esforço, é preciso que se diga, entre os primeiros colocados.

"MACHINA/The Machines of God"(assim mesmo com o primeiro nome em caixa-alta) é o quinto álbum dos Smashing Pumpkins, sem contar uma coletânea singles e um box-set, e como o pretensioso título já faz suspeitar é mais um exercício de megalomania de Billy Corgan. E pasmem! é supostamente um disco conceitual. Quer dizer existe um conceito qualquer por trás do CD, mas só o Billy Corgan deve saber exatamente do que se trata. No álbum a banda retoma as influências de rock progressivo do início da carreira. A maioria das faixas são longas, ou pelo menos parecem durar uma eternidade.

Cada vez mais o Smashing Pumpkins soa com um projeto solo de Corgan. Apesar do nítido esforço de tornar esse álbum mais orgânico e pesado que anterior. No geral "MACHINA/The Machines of God" é uma espécie de "Adore" com guitarras distorcidas, que consegue ser tão aborrecido e arrastado quanto seu predecessor. A produção exagerada a cargo do próprio Corgan e do produtor Flood, contribui para essa impressão negativa.

Em alguns momentos Corgan tenta emular Black Sabbath, como em "Heavy Metal Machine". Mas o resultado é frouxo e apócrifo. Afinal Corgan não é Tommy Iommi, e sua voz de bezerro desmamado, simplesmente, não dá conta do recado.

A volta do baterista Jimmy Chamberlain— que tinha sido dispensado da banda por problemas com drogas, além de estar envolvido na morte por overdose de heroina do tecladista da banda Jonathan Melvoin em 96— não chega a empolgar, como quase tudo no disco. Mas espanta o flerte com a música(bateria) eletrônica de Adore.

No entanto a volta de Chamberlain, foi a gota d’água para baixista D'arcy, que deixou a banda depois das gravações do álbum. D'arcy foi substituída por Melissa Auf der Maur, ex-baixista do Hole, especializada em fazer caras e bocas nos vídeos de sua antiga banda para MTV. Mas que não sabe virtualmente tocar uma nota. De qualquer maneira como é o Billy Corgan que grava todos os instrumentos nos discos da banda, isso realmente não faz muita diferença.

Enfim se você é daqueles fãs masoquistas do Smashing Pumpkins e está interessado em saber o quão chato seria um disco solo do Billy Corgan, pode ter uma previa em "MACHINA/The Machines of God". O resto da humanidade pode muito bem passar sem isso.

Saulo Gomes