A Nova "Cena" Musical Gaúcha


Porto Alegre é uma cidade estranha: punks pedem esmola em frente aos supermercados e roqueiros jurássicos lotam anfiteatros de universidades públicas. Como se não bastasse praticamente todo universitário de comunicação social tem uma banda de rock. Sinistro, muito sinistro...

Mas o estranho mesmo é que a atual cena musical porto alegrense tenha ganhado algum destaque no centro do país. Incensada por pseudo críticos sempre preocupados em descobrir a última sensação do momento, quando muitas vezes são incapazes que acharem o próprio umbigo.

Mas o que se pode dizer das novas bandas do claudicante rock gaúcho? Nada de bom, é claro. Os dois principais nomes desta suposta cena: Bidê ou Balde e Video Hits tiveram pouco mais que um hit local, cada um, e foram alçadas a um "estrelato" duvidoso e efêmero pela crítica musical do centro do páis. Ambas não têm um repertório consistente e mal conseguiram encher um CD de material inédito. O caso da Video Hits chega a ser constrangedor.

O resto da cena pode ser dividido: entre aqueles que já estão por aí há mais tempo do que deveriam( Frank Jorge, Wander Wildner) e um pessoal mais novo que ainda não disse para o quê veio. E, possivelmente, se tivessem a disposição todo o tempo do mundo, ainda assim não conseguiram dizer muita coisa.

No quesito letras, esse pessoal parece fugir propositadamente do cabecismo de almanaque dos Engenheiros do Hawaii e da melancolia universitária dos Nenhum de Nós— ainda os dois únicos exemplos de bandas gaúchas que conseguiram se manter na ativa com algum sucesso— investindo num humor universitário inócuo, típico do BRock dos anos 80.

O que nos leva a Famecos( Faculdade de Comunicação Social da PUC-RS) celeiro musical(?!) do qual surgiram não só Bidê ou Balde como também a Video Hits. A ZeroZen gostaria de iniciar aqui uma campanha para que seja incluso uma cláusula punitiva no ranking da Playboy de melhores universidades do país. Assim, cada universidade que formar bandas de rock ruins em suas cadeiras deve perder, no mínimo, uns 100 pontos. A Famecos, por exemplo, já teria uns 1000 pontos negativos no atual momento.

Voltando ao assunto deste especial, a ZeroZen resolveu tirar a limpo a ‘cena’ musical gaúcha. Num esforço hercúleo rompemos as barreiras protecionistas e o bairrismo exacerbado da imprensa local, e entregamos aos nossos leitores o mais completo perfil do atual rock gaúcho.

Obs.: Pedimos desde já desculpas caso sua banda não se encontra listada abaixo. Pensando bem você tem certeza que gostaria de ver a sua banda aqui? Quer dizer, nós possivelmente iríamos desancar o seu trabalho, ridicularizar seus pontos fracos etc.. Mas se você acredita que não existe esse negócio de má publicidade( só maus publicitários que formam péssimas bandas de rock) e quiser que a gente inclua seu trabalho nessa página. Mande hoje mesmo para ZeroZen o seu CD, CD-R, fita demo, vinil ou o que seja. A gente promete que não vai usar o seu CD como porta copo,ou para calçar o pé da estante.

Glossário

Como Porto Alegre é praticamente um universo paralelo necessário criar um glossário, no intuito de esclarecer certas expressões típicas da região e melhor localizar o leitor de outros estados.

Circuito Garagem-Ocidente-Opinião – As três principais casas de show de POA, que fomentam a cena local. A coisa funciona mais ou menos assim: no início de carreira você faz shows para os seus amigos no Garagem Hermética, depois para os seus amigos e os convidados destes no Ocidente e por último para conseguir uma lotação mínima você precisa distribuir convites na porta do Opinião.

Colorado – Vide Frank Jorge

Famecos( Faculdade de Mercadologia e Comunicação Social) - celeiro musical do qual surgiram não só Bidê ou Balde como Video Hits e uma penca de bandas medíocres. Mas faz sentido, afinal todos sabemos que o que importa no rock’n’roll é um release para imprensa bem escrito...

Frank Jorge - Sinônimo de Loser.

Rock Corporativo – Bidê ou Balde e Vídeo Hits.

Sucesso Alternativo – Tocar na Ipanema FM e fazer show no Ocidente ou no Garagem Hermética.

Sucesso Popular – Tocar na Atlântida FM e em conseqüência em todos outros veículos da RBS( a nossa Globo). O pacote inclui: aparições constrangedoras no programa Patrola(RBS) e presença constante na TVCOM( canal 'comunitário' da RBS).

As Bandas

Bidê ou Balde - Eles citam em suas entrevistas Richard Hell, e fazem versão em português "ao pé da letra" de Weezer — a banda mais nerd do mundo —, dizem-se fãs de Fábio Júnior e garantem que Mate-me Por Favor (Please Kill Me) é o livro de cabeceira do pessoal. Isso já é o suficiente para estampar um colossal "banda de universitários " na testa de todos os integrantes do Bidê ou Balde. Mas se houvesse universidade para banda pop, esses caras não passariam sequer no vestibular. A banda investe numa releitura apócrifa da jovem guarda— Deus! Até quando?—, coisa que a Blitz e outras bandas dos lamentáveis anos 80 já tinham feito. As composições da banda resvalam para o terreno duvidoso do rock engraçadinho brasileiro, num mix que está mais para Blitz com Los Hermanos (Melissa virou sinônimo para Ana Júlia...)— diga-se de passagem a Melissa da letra, colega de Faculdade do pessoal do Bidê, hoje é uma feliz publicitária que por incrível que pareça realmente trabalha na área— do que para o supracitado Richard Hell.

Já o vocalista Carlinhos parece incapaz de cantar em qualquer tom, e sua "perfomance" roqueira, visual mod e pulinhos no palco, é uma das coisas mais patéticas e hilárias já vistas. O resto da banda fica entre o amador bem intencionado e o profundamente constrangedor.

Agora quem na sua santa inocência pode considerar esses caras dignos representantes da cena indie nacional, se é que isso existe? Eles assinaram contrato com uma grande gravadora e são empresariados pelo Manoel Poladian!!!! Um dos maiores marketeiros de plantão que se tem notícia no meio musical brasileiro, o homem responsável, por entre outras coisas, pelo acústico dos Titãs!!!

O Bidê tem essa coisa "tudo pelo Rock’n’Roll" que está deixando a banda bem próxima de um Carlinhos Brown em matéria de micos. O que definitivamente não é algo que alguém deva se orgulhar. Abaixo listamos apenas alguns dos mais constrangedores:

— O Bidê foi convidado para participar de um debate numa universidade da região do Vale dos Sinos, na grande Porto Alegre, e, literalmente, chutou o balde. Na primeira oportunidade que a banda teve para se pronunciar, um dos integrantes declarou que fumava maconha e que a erva estimulava o "processo criativo da banda". Ao que o auditório caiu na gargalha e o debate foi abruptamente interrompido pela direção da Universidade que não viu outra alternativa senão cancelar o evento.

— Durante a participação no programa É Show!, da Adriane Galisteu (TV Record), a banda pagou um mico genial. Os caras estavam se apresentando com aquele playback básico e na hora do solo o vocalista Carlinhos (sempre ele) resolve dar uma de Roger Daltrey e começa a girar o microfone no ar fazendo pose de roqueiro. Só que o microfone se solta e vai acertar um cara da platéia!!! Enquanto isso o playback comendo frouxo e o Carlinhos fazendo as vezes do microfone com a mão!!! Sem contar que enquanto isso emissora mostrava imagens da vítima desmaiada sendo assistida por pessoas da produção do programa. Absolutamente surreal.

—- Mais recentemente durante uma noite no Projeto Sound, festa semanal realizada na casa noturna DJ Club em São Paulo. O jornalista e DJ( combinação extremamente suspeita) Paulo César Martin, um dos apresentadores do programa "Garagem" na rádio paulistana Brasil 2000, estava no comando dos pick-ups. Quando de repente, ao tocar uma música do grupo Weezer—logo quem— foi intimado por um dos presentes da festa. Que depois se revelou ser Rossato, guitarrista do Bidê ou Balde, querendo tirar satisfação pelo fato do DJ ter furado o disco da banda em um de seus programas. Os dois começaram um bate-boca, Paulão encarou o músico na pista de dança, que voltou à cabine do DJ para tirar satisfação. Dali pra começarem a trocar sopapos foi um pulo, sendo apartados pelo parceiro de Garagem, o jornalista André Barcinski. Com os ânimos exaltados se não fosse pela intervenção de uma das vocalistas ornamentais da banda o Rossato teria levado um merecido cacete do pessoal da festa. Essa atitude infantil e patética do guitarrista da Bidê pode ser definida como, adivinha? coisa de universitário!!!

Video Hits - Prima-irmã do Bidê ou Balde, igualmente insípida e inócua. Tal qual os Bidistas, o líder da VH, Diego Medina, passou pelos bancos da faculdade de comunicação da PUCRS – o que explica muita coisa. A banda apela para um som anos 60, inspirado em The Zombies e na British Invasion(chic não?), com aquele sabor inocente das jovens tardes de domingo. O VH não percebeu que 40 anos já passaram e o ídolo-mor Ronnie Von é uma espécie de Ana Maria Braga na Rede Mulher. Talvez no futuro Diego Medina herde o programa Palavra de Mulher, de Marley Soares, na TV2 Guaíba - um canal oxigênio (está no ar mas ninguém vê) do RS. A grande afirmação musical da banda é mais ou menos a seguinte: incluir um corinho feminino cantando de chabadara-dá chabadara faz uma canção ficar realmente muito mais pop...

Comunidade Nin-Jitsu - Uma das piores coisas já surgidas na face da terra. Não existe vetores de ruindade que o pessoal da Comunidade não seja capaz de extrapolar. A comparação mais coerente talvez seja com os Mamonas Assassinas, mas até esses pelo menos tinham algum talento. A banda é a prova cabal de que a juventude está perdida. É gozado notar como certos radialistas gaúchos execraram o funk carioca, mas tocam sem parar as músicas da Comunidade, que são tão chulas quanto. Sabe como é aquela história: dois pesos duas medidas. Enfim cada estado tem o Bonde do Tigrão que merece.

Superphones - Filhotes da Bidê, oriundos da mesma faculdade (alguém deveria implodir a PUC). Não conseguem passar de um rascunho de xerox do Radiohead. E quem precisa de uma banda assim?

Groove James - Uma tentativa mal-sucedida de hip hop com groove, a banda é formada por figurinhas carimbadas do diretório acadêmico da mesma faculdade da Bidê e Superphones – o que mais uma vez explica muita coisa. A galera escutou pouco soul e muito disco do Wu Tang Clan.

Os The Darma Lóvers – Não, eles não são amantes da Dharma do seriado da FOX. Quem dera. Na verdade o duo Yang Zam (voz e violão) e Nenung (voz, violão e guitarra) é ligado na religião budista, no nirvana místico e noutros lances alternativos altamente suspeitos. O som da banda deve agradar ao pessoal que gosta de queimar incenso, e só. Enfim se você curte essas coisas, tudo de bom. Ou melhor, tudo de Buda.

Frank Jorge - Esse tem carteirinha nacional de Loser. Frank Jorge já tocou de tudo e com todos, e nunca conseguiu qualquer êxito em seus projetos musicais. O que se pode dizer de alguém que foi descoberto pelo Pato Fu? Enquanto até a Bidê ou Balde consegue tirar algum proveito com a vida de músico, nosso amigo deve estar encucado com as contas na Lancheira do Parque, tradicional reduto dos losers gaúchos.

Wander Wildner - Outro loser de longa data. Ex-vocalista dos Replicantes —decana banda punk gaúcha liderada por um cineasta que, ainda por cima, foi professor universitário! de universidade pública!!! — Wildner ganhou alguma notoriedade pela regravação do Ira! para "Bebendo Vinho". Mas não o suficiente para dar algum sentido na sua errática carreira solo. Wildner hoje em dia anda flertando com releituras modernas para milongas, coisa que os Engenheiros do Hawaii já fizeram, e rock baladas pontuados por arcodeões que remetem diretamente ao som do Nenhum de Nós. Quer dizer, se essas são suas referências musicais você realmente não está no caminho certo. Outra coisa, esse cara não costumava ser punk? Pois alguém precisa avisar para Wildner que baladinhas 4/4 com violão e guitarra distorcida em segundo plano são um saco. É basicamente música para dormir. Outros tantos artistas já tentaram fazer isso por aqui, e quebraram a cara. A vantagem de Wildner é que ele já tem a cara quebrada por natureza.

Júpiter Apple(ex-Maçã, futuro TK90) - O Júpiter Maça é uma invenção do Egisto(Ex-Colarinhos Caóticos), não que alguém deva se orgulhar disso. Muito pelo contrário. Mas depois que mudou o nome para Apple, começou a cantar em inglês e assinou com a Trama, enterrou qualquer chance que tinha de fazer algum sucesso com seu rockinho psicodélico de botique.

Nei Van Soria – Alguém que tenha tocado nos Cascavelettes nunca será levado muito a sério, Júpiter Maçã, Apple ou whatever que o diga. O que alguém pode fazer depois de escrever um clássico da chinelagem nacional como "Menstruada"? Pois Van Soria hoje em dia anda fazendo rocks adultos, baladas radiofônicas e até mesmo discos conceituais. Por favor...

Acústicos e Valvulados - Sabe aquele ditado "faça o que eu digo mas não o que eu faço"?. Depois de ganhar alguma fama com um cover pífio de "Minha Fama de Mau", os ex-rockabillies conseguiram torrar a paciência do público com a música "Até a Hora de Parar". Pena que eles ainda não descobriram que o momento já passou. O novo disco foi gravado nos estúdios do Skank, em Minas. Só falta vir recheado de baladas, todas com lugar reservado na trilha sonora das novelas do canal comunitário da NET.

Tequila Baby - Com a morte de Joey Ramone, vocalista dos agora lendários Ramones ( caso você não saiba) muitas pessoas voltaram a chamar os nova iorquinos de salvadores do rock. Bem, se eles tivessem escutado o clone gaúcho, teriam pensado duas vezes.

Hard Working - Banda de soul de branco, do tipo de gente que assistiu ao filme The Commitents demais e acreditou que poderia fazer igual ou pior. Eles se chamavam Hard Working Band, mas como não são realmente uma banda, estão mais para uma associação, resolveram tirar o "Band" do nome. Seguindo a lógica eles deviam tirar o "Working" também, já que no geral o pastiche de soul da banda não está "funcionando". E por último tirar o Hard, pois de "Hard" o som da banda não tem nada. Daí para eles percebem que é hora de mudar de profissão é só um pulinho...

Papas da Língua - Banda de jingles, preferida pelos publicitários locais. Precisa realmente dizer mais alguma coisa? Bem, se você ainda quiser saber como é o som desses caras, basta imaginar um cover gaúcho do Cidade Negra. Daí para frente a gente não se responsabiliza...

Ultramen – Uma espécie de xerox barato do Rappa, com uma atitude pampeana (se é que existe isso) e panfletária. A overdose de referências musicais e samples não conseguem disfarçar o som inócuo da banda . O primeiro CD da banda foi um dos poucos lançados pelo selo RockIt!, do Dado Villa-Lobos, em 2000. Do que se conclui que músico perdido só consegue apostar em banda sem rumo mesmo. É fácil entender porque a Legião Urbana lança um disco póstumo por ano.

Sombrero Luminoso - Se você beber tequila demais pode ter resultados desastrosos... Um dos mais estranhos é justamente o Sombreiro Luminoso. Com letras bizonhas, Rodolfito (o Topo Giggio humano) conseguiu fazer algo pior que Mama Mia, do Kleiton e Kledir. Essa banda mostra que tudo que é ruim pode ficar pior, inclusive o "rock" gaúcho.

Massa Crítica - Você lembra dos músicos que acompanhavam Humberto Gessinger nos discos HG Trio, Minuano, Tchau Radar e 10.000 Destinos? Eles criaram vergonha na cara, largaram Gessinger e partiram para carreira solo(!?). Sob o pretexto de apresentar um rock inteligente e adulto— inspirado talvez no instigante trabalho do mentor pop Gessinger?— fizeram pouquíssimos shows e aparentemente sumiram de vista. Não se perdeu grande coisa.

Cidadão Quem - O MrBig dos pampas. A banda é formada por dois aspirantes a modelos, mas quem chama a atenção é a baterista (com um carisma único). Todos grandes músicos, mas compositores medíocres como manda a regra. Acabam chafurdando no terreno morfético das baladas radiofônicas, e ainda assim sem muito sucesso. Mesmo com disco bancado pela toda poderosa RBS Discos(a Som Livre gaúcha).

Fu Wang Foo - Eles são da gravadora Trama, aquela que paga ICP (Imposto de Circulação de Porcaria). Sem chance de restituição na fonte para esses caras.

Flu( Ex-Flávio Santos) – Ex-baixista do De Falla, Flu investiu na sua carreira solo numa versão eletrônica lo-fi da boss(t)a nova. Vocês já viram gaúcho tocando bossa nova? Imaginem eletrônica então... Mas isso deve fazer algum sentido para alguém que conviveu com Edu K por mais de uma década. Flu acabou virando arroz de festa de raves da cidade onde sua figura bizarra dificilmente passa despercebida.

Da Guedes - Você acredita em duendes, papai noel, coelhinho da Páscoa e rap gaúcho? Não? Pois é... O pessoal do Da Guedes acredita. A banda foi "abençoada" pelo pessoal dos Racionais MC. Vamos ver quanto tempo leva para ser engolido pelos manos e minas das favelas.

Piá - O Frank Jorge do rap gaúcho. Ganhou algum espaço na cena local ao fazer uma participação especial na música "Jovem Cowboy" dos Cowboys Espirituais (banda de Júlio Reny, Frank Jorge e Márcio Petracco = reunião de losers). Mas não passou disso. Ainda merece um crédito por montar um centro cultural na cidade, mas deve ser tragado pelo minuano logo, logo...

Walverdes - O pessoal da Bizarre Records adora, Mark Arm (vocalista do Mudhoney) em sua passagem pelo Brasil ouviu e aprovou. O que dá, ao menos, um aval do original à cópia. Apesar de afastados da cena local eles já estão na estrada há bastante tempo— começaram na mesma época(97) que Comunidade, Tequila Baby e outros menos cotados— mas se bobear ninguém se lembra deles. Inclusive só comprovamos a existência da banda, pois um dos nossos colaboradores encontrou um CD dos caras numa loja de discos usados—o que é não é um bom sinal— vendido a preço módico.

Wonkavision – Você já ouviu essa história antes: duas vocalistas ornamentais, guitarras grunge e a ausência total de uma melodia memorável. Yeap, o nome vem do filme A Fantástica Fábrica de Chocolate, que fez parte da infância de todo adolescente que assistia à Sessão da Tarde nos anos 80.

Astronauta Pingüim e Os Variados – Alguém que se intitula Astronauta Pinguim tem problemas... A criatura faz versões instrumentais bem anos 60 para "clássicos" do rock gaúcho e universal, pontuadas por teclados Moog( uma das coisas mais chatas que já inventaram) e outras velharias. Curiosidade: eles lançaram no início do ano um single com uma versão instrumental de 'Melissa' do Bidê ou Balde.

winston(assim mesmo com W minúscula) – Outra banda de rock universitário, com guitarras distorcias, letras banais e nenhum interesse. Gente que ouviu muito Pixies, Weezer, Sonic Youth, Pavement e que agora faz de tudo para jogar na lama o nome dessas bandas.

Deus e o Diabo - Atual sensação do bar Garagem Hermética — nome mais pseudo não? imagina então o pessoal que vai lá— um dos antros alternativos de Porto Alegre. Soam como um Sonic Youth cantado em português. Mas estão mais para Caetano Veloso do que outra coisa.

Tom Bloch - Tom Bloch é a banda de Pedro Verissimo, filho do escritor Luis Fernando Verissimo. Hum... Melhor nem comentar. Eles misturam música eletrônica, com guitarras grunge(de novo)— inclusive o guitarrista Mini Bittencourt toca nas horas vagas nos Walverdes— e aquela postura alternativa de quem lê cadernos culturais em demasia.

Bebeco Garcia e o Bando dos Ciganos – A gente nem ia incluir o Bebeco Garcia aqui, mas depois chegamos a conclusão: e por quê perder chance? Bebeco era vocalista e o principal compositor dos Garotos da Rua( eternos rivais dos Meninos da Porteira) uma banda gaúcha que fez algum sucesso nos anos 80. Hoje o cara está radicado no Rio de Janeiro, já lançou dois álbuns fazendo o seu rockinho básico de sempre. Pelo menos em sua carreira solo conseguiu dar algum significado a existência de Egisto Dal Santo( ex-Colarinhos Caóticos) que atualmente toca baixo no "Bando de Ciganos"—nome em homenagem a Band Of Gypsys de Hendrix.

Os Argonautas – Surf music instrumental tocada sem muita imaginação ou interesse. Abriram para o Man or Astroman? na passagem da banda americana pela capital gaúcha em 99. Péssima escolha...

Berga e os Laranjas – Essa banda é formada por estudantes de Engenharia e Direito de Porto Alegre. Pelo menos uma banda em que ninguém faz comunicação social, mas no fundo não faz a menor diferença. Eles tocam rock’n’roll dos anos 50 e 60 ou coisa que o valha. Como se Chuck Berry, Little Richard ou Jerry Lee Lewis tivessem um dia posto os pés numa universidade. Pfiu.

Zurbe - Banda de rock industrial com letras em português. Hum... Eles tem um Cd independente lançado, do tipo só a mãe dos caras ouviu. Ela jura que gostou, mas não se pode confiar muito na velha.

Alexandra Scott – Cantora de Caxias— terra do Juventude, o segundo maior time de futebol do Estado. Lançou um CD "Amor Brechó" pelo selo independente Alarme.

Irmãos Rocha! – O nome lembra mais uma oficina de recapeamento de pneu da Voluntários do que uma banda de rock universitário. Eles tocam covers amadores de Velvet Underground misturado com repertório próprio pífio. São uma das bandas locais preferidas do Lúcio Ribeiro. O que já explica muita coisa...

Plato Divorak – Mais um representante do psicodelismo de araque gaúcho, de gente que acredita que Syd Barret era uma espécie de gênio. Com a vantagem que Plato é um daqueles malucos de carteirinha que fazem a alegria de qualquer cena musical. É tipo de pessoa que se intitula agitador cultural, mas que possivelmente mal consegue agitar uns trocados para pagar o próprio aluguel.

Da Equipe de Articulistas

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