Capital Inicial - Rosas e Vinho Tinto
Pois é.. fazer o quê? O Capital Inicial conseguiu realizar mais um disco. Depois quando a ZeroZen afirma que rumamos a passos largos para o apocalipse ninguém acredita. O grupo lança Rosas e Vinho Tinto um disco baladeiro, covarde, tíbio, e, como não poderia deixar de ser: pífio e patético. De certa forma o álbum é uma tentativa desesperada de evitar um novo ostracismo para o pessoal da banda. Eles sabem que se voltarem para a fila do seguro-desemprego não saem dela nunca mais.
No 11º disco de uma claudicante carreira o Capital Inicial fez o óbvio. Ao considerar a total falta de talento de seus componentes jogou na retranca e polui Rosas e Vinho Tinto com baladinhas para tocar nas FMs. Chatice pouca é bobagem. Mas o que dizer de um grupo em que o vocalista tem uma matéria fotográfica de oito páginas em uma revista dedicada à música? Ou seja o talento da banda pode ser resumido no sorriso de comercial de margarina de seu vocalista?
Porém uma coisa é possível se admirar. O Capital é absolutamente coerente na sua ruindade. É difícil fazer tantos discos ruins por tanto tempo. Até pela lei das probabilidades algum eles deveriam acertar. Claro que Dinho continua a cantar com aquela voz de Amado Batista gripado. E as letras do CD são um espetáculo à parte. Em Quatro Vezes Você há pérolas como: "Rafael está trancado há dois dias no banheiro/Enquanto sua mãe toma Prozac, enche a cara e dorme o dia inteiro". Crítica social é isso aí...
Para não dizer que o Capital Inicial continua a mesma coisa de sempre, o guitarrista Loro Jones, co-fundador da banda junto com Dinho e os irmãos Fê e Flávio Lemos, adquiriu um pouco de senso do ridículo e resolver abandonar a banda. Para o seu lugar foi contratado Yves Passarel, do Viper. Sim, aquela banda de heavy metal medíocre onde o tamanho dos cabelos contava mais do que a qualidade musical. Passarel deveria dar um acento mais roqueiro ao Capital. Deveria. Provavelmente estava ocupado demais passando creme rinse na cabeleira...
Rosas e Vinho Tinto é claro deve vender bem confirmando a tese de que Dinho, bem ou mal, se transformou em uma espécie de astro do rock nacional. Afinal muitas adolescentes candidatas a participarem como stalkers em alguma Casa dos Artistas vão garantir a aposentadoria do Capital Inicial. Agora, se Dinho quer se livrar do rótulo de banda da décade de 80 podia parar de fazer lá-lá-lá-lás, ô- ô-ô-ôs a toda hora. E, é claro, dar um jeito de despachar o Kiko Zambianchi...
Faixas
1. 220 Volts
2. À Sua Maneira
3. Como Devia Estar
4. Inocente
5. Enquanto Eu Falo
6. Algum Dia
7. Quatro Vezes Você
8. Pra Ninguém
9. Olhos Vermelhos
10. Mais
11. Incondicionalmente
12. Falar de Amor não É Amar
13. Rosas & Vinho Tinto
14. Isabel