Bjork - Vespertine
A cantora Islandesa Bjork é a eterna musa do crítico ‘descobridor do sete-mares’, aquele que busca encontrar nas cenas musicais dos lugares mais recônditos do globo a saída para a mesmice do seu próprio quintal. Sendo que a Islandesa é, pelo que se sabe, a única descoberta dessa gente que sobreviveu seus 15 minutos de fama longe do seu habitat natural.
Em seu último Cd, Verspertine(2001), a cantora dá continuidade ao trabalho que vem desenvolvendo em sua carreira solo. Depois de quatro anos sem lançar um álbum, com exceção da trilha sonora do filme Dançando no Escuro(Dancer in the Dark), Bjork volta a ativa com um CD longo, arrastado e ‘viajante’. Não menos chato que qualquer outro petardo já produzido pela islandesa. O que não deixa de ser um prodígio de coerência artística.
Quem ouviu um CD da cantora ouviu todos. Melhor reformular essa frase: quem ouviu um CD da cantora dificilmente vai perder seu tempo ouvindo outro. Bjork canta sempre da mesma forma, não importa o gênero musical. Alguns podem chamar isso de estilo próprio. Outros, porém, preferem chamar isso de limitação.
É difícil também levá-la a sério como compositora—"An Echo, a stain" é altamente constrangedora— uma vez que não se entende quase nada do que ela está cantando, devido ao seu forte sotaque.
Como se não bastasse a maioria dos arranjos e instrumentais, que incluem como de praxe orquestrações esparsas e bases eletrônicas moderninhas, servem apenas para criar um ambiente minimalista para que Bjork repita a rotina "sussuro-grasnado-sussuro-grito", que ela chama de canto.
Assim depois de ouvir cada uma das doze faixas de Vespertine, tem-se a nítida impressão de que Bjork está atolada na sua própria indulgência. A maioria das faixas simplesmente não levam a lugar algum. A não ser, é claro, ao tédio profundo. E, cá entre nós, você não precisa de alguém Islândia para conseguir isso, afinal qualquer disco de MPB pode causar o mesmo efeito.
P.S.: O vídeo de "Pagan Poetry" foi censurado na MTV americana, no clip a cantora exibe piercings em diversas partes do corpo, inclusive nos seios, mas passa na sucursal brasileira sem cortes, mas só em horários próprios para esse tipo de bizarrice...
