Audioslave - Out of Exile

Audioslave é um supergrupo por convenção. Foi decidido por algum executivo da indústria fonográfica que eles seriam chamados assim e todo mundo na imprensa leu o memorando. Formado por membros do Soundgarden e do Rage Against the Machine, duas bandas que absolutamente não possuíam nada em comum e que tiveram relativo sucesso nos 90. O Audioslave sequer ultrapassou a barreira da mediocridade o que dirá alcançou o estatus de supergrupo.

O primeiro problema com a banda é que, aparentemente, quem dá as cartas é o vocalista Chris Cornell. O que é, no mínimo, apostar no cavalo errado. Além de fazer todas as letras, Cornell deve ter estipulado em algum lugar do seu contrato que sua voz deve vir sempre em primeiro plano. E só porque Cornell consegue ir do grisnado enjoativo ao bêbado meloso não faz dele um bom vocalista.

Em seu segundo CD a banda continua sem dizer para o que veio. Mesmo nas mãos do produtor Rick Rubin a banda continua fazendo um esforço enorme para descobrir uma identidade própria. E enquanto apostar suas fichas no vocalista Chris Cornell vai ficar só na tentativa.

É verdade que Cornell está bem mais contido desta vez, possivelmente a única contribuição relevante de Rubin na produção foi ter freado a tendência do vocalista de estragar todas as faixas com seus ganidos. Mas quem parece que não compareceu as gravações foi Tom Morello, o guitarrista de um truque só, que continua incapaz de criar uma melodia ou um riff que preste.

O álbum alterna rocks medianos, como “ Your Time Has Come” , com baladas soporíferas, como “Heavens Dead”. E não existe muita variação além desse escopo. O primeiro single ‘Be Yourself‘, por exemplo, é um rockinho chinfrim e complacente que poderia fazer parte do último álbum do U2, principalmente pelo patético solo em uma corda só de Tom Morello. Já “Doesn't Remind Me”, lembra ironicamente U2 outra vez. O resto é tão sem inspiração e esquecível, que é difícil até mesmo lembrar, o que dirá destacar uma faixa da outra.

Talvez fosse importante fazer uma comparação com o primeiro álbum homônimo da banda de 2003. Mas para isso seria preciso lembrar de alguma faixa do mesmo. O quê, como em Out Of Exile, depois de algum tempo é uma tarefa árdua e quase impossível. Essa capacidade de produzir músicas esquecíveis não deixa de ser uma façanha. Afinal toda vez você for ouvir um álbum da banda é como se estivesse ouvindo pela primeira. O único problema é que cada nova audição nunca fica melhor.

Pedro Camacho

Músicas:
1 - Your Time Has Come
2 - Out of Exile
3 - Be Yourself
4 - Doesn´t Remind Me
5 - Drown Me Slowly
6 - Heavens Dead
7 - The Worm
8 - Man Or Animal
9 - Yesterday to Tomorrow
10 - Dandelion
11 - #1 Zero
12 - The Curse