Deixem o Lula beber!!!
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi abalado por uma crise internacional sem precedentes. Tudo por que o jornalista Larry Rohter do New York Times fez uma reportagem onde dizia que o líder brasileiro tem predileção pelo consumo de bebidas alcoólicas. Ou seja, Lula é chegado num goró.
A matéria tendenciosa e mal-elaborada do jornalista americano credita as falcatruas, as fraudes, a total incompetência administrativa do governo Lula, aos excessos etílicos do presidente. Ora, por favor... Na verdade, o alcoolismo é o último resquício do Lula metalúrgico, do Lula de 1989, do sindicalista que queria mudar o país.
Antes Lula sacolejava em ônibus lotados, hoje anda de avião particular. Logo, tomar um goró é uma espécie de nostalgia da militância. Até por que não se faz uma revolução e nem se instala a ditadura do proletariado sem se estar completamente alcoolizado. Enfim, não é isso que atrapalha o crescimento do Brasil.
Aliás, o presidente tem se mostrado sábio na defesa de uma das mais tradicionais instituições brasileiras: o tragolão. Parafraseando o general De Gaulle, o Brasil não é um país sóbrio. A ZeroZen tem certeza que no governo Lula uma atitude tirânica e despótica como a proibição do Absinto não tem a menor possibilidade de ocorrer.
Diga-se de passagem o jornalista norte-americano aventa a possibilidade de o país estar preocupado com o possível alcoolismo de Lula. Realmente, nada poderia estar mais equivocado. A população não dá a mínima para quantas caixas de cerveja foram consumidas nos churrascos na granja do torto (esse nome explica muita coisa) em Brasília. Agora, se algum dia o Palloci ou o José Dirceu aparecerem abraçados a uma garrafa de cachaça é hora de entrar em pânico.
Curiosamente, a matéria de Larry Rohter usou como fonte Leonel Brizola. O líder do PDT foi companheiro de chapa de Lula na eleição de 1998. Brizola garantiu que o álcool está "destruindo os neurônios no cérebro do presidente". "Quando eu fui candidato a vice do Lula, ele bebia muito", disse "Eu o alertava de que a bebida destilada é perigosa. Ele não me ouviu e, segundo dizem, continua bebendo," acrescentou.
Outra fonte citada pelo jornalista do New York Times foi o colunista e homem do contra, Diogo Mainardi."Dou um conselho para Lula", escreveu na edição de março da Veja, "pare de beber de público". Mainardi chamou o presidente de "maior garoto -propaganda da indústria do álcool" com seu consumo explícito.
Ora, não dá para levar a sério qualquer texto que use Brizola ou Diogo Mainardi como referência. Mesmo assim, a turma do Palácio do Planalto ficou ofendida. Como aqueles pinguços mirins que bebem umas e outras e já querem sair batendo em todo o mundo, eles decidiram expulsar o repórter do NY Times do Brasil.
O Ministério da Justiça chegou a determinara o cancelamento do visto temporário de Larry Rohter. O ministro interino da Justiça, Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto, declarou que a presença do jornalista se tornou"inconveniente" em território nacional, "em face de reportagem leviana, mentirosa e ofensiva à honra do Presidente da República Federativa do Brasil, com grave prejuízo à imagem do país no exterior".
Em tese, Rother tinha oito dias para deixar o País. Porém, com o tradicional jeitinho americano publicou uma nota de retratação onde não se retratou em momento algum e acabou ficando tudo na mais completa paz. Bem, cabe notar que a atitude do governo Lula foi equivocada. No mundo civilizado, este tipo de picuinha é resolvida com muito mais elegância.
Por exemplo, era muito mais lógico convidar o repórter do NY Times para um churrasco. No meio da festa, bastava oferecer algumas doses de goró. Jornalista que se preza tem problemas com álcool. Entre uma caixa de cerveja e outra, Larry Rother iria dar vexame. Depois era só armar algumas fotos constrangedoras e pronto. O governo Lula teria uns três anos de reportagem positivas garantidas.
Portanto, ao invés de se preocupar com quantos litros de álcool o Lula faz por quilômetro rodado de governo, melhor a fazer é deixar ele beber. Numa dessas, ele acaba aumentando o salário-mínimo por engano...