A reforma ortográfica e o teclado brasileiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou no dia 29 de setembro de 2008 o decreto que estabelece a reforma ortográfica. Sim, a partir deste momento todas aquelas pessoas que prestaram atenção nas aulas de português se tornaram obsoletas. Terão de aprender tudo de novo. Já quem estava matando aula se deu bem outra vez e vai continuar sendo o mesmo analfabeto funcional de sempre.

As mudanças na escrita começam a valer a partir de 1º de janeiro de 2009. A solenidade ocorreu na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro. Muitos defensores da língua pátria ficaram irritados com as alterações. Menos o presidente Lula. Aliás, se tem uma coisa que o Lula não dá a mínima importância é mesmo a língua portuguesa...

A nova ortografia pretende unificar o registro escrito nos oito países que falam português - Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal. Durante quatro anos, de 2009 até 31 de dezembro de 2012, o país terá um período de transição, no qual ficam valendo tanto a ortografia atual quanto as novas regras. Ou seja, essa é a situação não importa de que maneira você escreva, sempre estará certo.

Nos livros escolares, a incorporação das mudanças será obrigatória a partir de 2010. Em 2009, podem circular livros tanto na atual quanto na nova ortografia. Especialistas estimam que seja necessário um período de dois anos para a sociedade se acostumar. Claro, vai levar um tempo maior se você for analfabeto...

A grande vantagem apregoada pelos defensores da reforma ortográfica é a unificação da língua portuguesa. Agora, um livro impresso no Brasil pode ser lido sem problemas em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Portugal.

Contudo, a ZeroZen tem uma idéia (ou uma ideia) genial. Já que o governo vai mudar por decreto o jeito como a população escreve por que não alterar o teclado onde ela digita? Sim, o teclado QWERTY foi criado pensando nas letras mais usadas no idioma inglês.

E claro que no auge da nossa xenofobia implacável não devemos, como nação, nos rebaixarmos a mais uma prova incontestável do imperialismo ianque. Parece radical demais? Nem tanto, caro zeronauta.

Esta impoluta revista digital não é a primeira a analisar os problemas do teclado QWERTY. Um sujeito chamado Dvorák, registrou a patente de um teclado no qual muda a ordens das teclas para obter um melhor desempenho e causar um menor cansaço a quem utiliza esse periférico. A vantagem é que os dedos percorrem uns 42% a menos que no teclado convencional!

Tem mais: o teclado Dvorák foi criado em 1932. Ele concentra todas as vogais na terceira linha, na mão esquerda. Ou seja, onde você está acostumado a digitar ASDFG, você encontrará AOEUI. Bem mais lógico, não?

Então a idéia é fazer também uma reforma "teclagráfica"! Assim, as pessoas iriam comprar um comum, reles e vulgar teclado brasileiro ABNT2, com as tecladas trocadas de lugar, com objetivo de facilitar a digitação de palavras da língua portuguesa.

Algum gaiato poderá obtemperar: mas com a mudança das teclas de lugar como ficam os famosos atalhos do Windows, como, por exemplo, CTRL + C ou CTRL + V? Fácil. Basta o Brasil obrigar a Microsoft a alterar todas as configurações especiamente para o nosso país tupiniquim. Aliás, ao invés do CTRL + C seria muito mais interessante mais brasileiro utilizar o CTRL + Ç...

Assim teríamos um Windows único, exclusivo, totalmente incompatível com as versões utilizadas em outros países, Um pequeno preço a pagar pela nossa soberania! Este país é mesmo jóia (ou joia tudo depende do valor da pedra...).

Da Equipe de Articulistas