O Brasil é o país do Skate e do Surfe?

Quem se importa com as Olimpíadas?, perguntou o editor da ZeroZen no Twitter. Aparentemente, tudo mundo menos ele. Mas porque acontece esse fenômeno? O Brasil sempre fracassa. O incentivo ao esporte no país é ínfimo. Qual o motivo de uma torcida tão desesperada por uma competição que só vai resultar em uma torrente de frustrações? A resposta é simples. As Olimpíadas são o ápice do esporte amador. E de amadorismo o brasileiro entende...

A ZeroZen já disse antes, mas vale repetir. Os atletas brasileiros que competem nas Olimpíadas são de alto nível. Alto nível de nervosismo, fracasso e incompetência. Justamente por causa disso, existe uma característica única na nossa torcida por medalhas. A gente sempre adota um esporte aleatório a cada quatro anos.

Nessas Olimpíadas, o Brasil abraçou, quem diria, o skate e o surfe. Foram duas medalhas de prata e uma de ouro repletas de muita polêmica e treta. Vamos começar com o skate. A tacanha mídia esportiva brasileira apostou em um pódio triplo no skate feminino. Leticia Bufoni, Rayssa Leal e Pamela Rosa iam destroçar a concorrência. Não foi o que aconteceu.

Pamela competiu machucada. Não tinha como chegar na final. Já Leticia Bufoni foi um show de simpatia, de alegria e de incompetência. Se mostrou muito feliz pela oportunidade e garantiu: o que importa no skate é o clima de amizade. Beleza. Mas as Olimpíadas são uma competição. Tanto que o Barão de Coubertin definiu o ideal olímpico como: "O importante é competir". Para Bufoni, o importante é fazer turismo por conta do governo no Japão...

Então, toda a responsabilidade ficou por conta de Rayssa Leal. Com apenas 13 anos, ela mostrou mais vontade, garra e determinação do que suas colegas de equipe. Diga-se de passagem, a final do skate foi disputada pela quinta série. Parecia uma edição do The Voice Kids, só que com skate. Talvez por isso a quantidade de erros foi assustadora. A ZeroZen pode dizer que eram mesmo um bando de mirins...

E a treta? Bem, Kelvin Hoefler ganhou, no skate street, a primeira do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio. Só que os pais do atleta desabafaram contra a Confederação Brasileira de Skate (CBSk). Para eles, Hoefler foi menosprezado. E tem mais. Leticia Bufoni criticou o atleta por não ser simpático, por não participar com o pessoal dos rolês. De novo, a missão nas Olimpíadas não fazer amigos. Ponto para o Kelvin Hoefler por manter o distanciamento social. (esse pessoal do skate deve ser muito chato mesmo).

Já no surfe, Gabriel Medina deveria ganhar o ouro. Mas foi roubado pelos jurados. Perdeu, ora vejam só, para o japonês Kanoa Igarashi. O resultado nem foi tão ruim no final das contas. Por que Ítalo Ferreira venceu a final e levou a medalha de ouro. Apesar do fiasco, Medina sequer conseguiu o bronze, ele tem um desconto. Competiu desfalcado da Yasmin Brunet. Aí, realmente, fica difícil.

Da Reportagem Local, ou não