NFT? Aposte no NIT da ZeroZen

O mundo da arte está embasbacado, catatônico e apoplético. Aparentemente, dá para ganhar dinheiro na pandemia. E a melhor maneira de fazer isso é usando um Non-fungible token (NFT). Ou token não-fungível, se a gente usar o Google Tradutor. Confuso? Bem, tanto em inglês quanto em português, a ideia não faz sentido. Porém, muita gente está disposta a pagar por isso.

Em essência, o NFT é uma espécie de certificado de autenticidade. Com ele, o artista está dizendo que é proprietário de um ativo digital (uma obra de arte, um meme, um vídeo, um gif, etc). O detalhe interessante está na palavra “Fungível”. Ela especifica um bem que pode ser intercambiável, trocado por outro idêntico ou do mesmo valor. O exemplo mais usado é que uma nota de dez reais pode ser trocada por outra igual ou por duas de cinco. A ZeroZen vai ajudar na analogia e notar que uma nota de 200 reais também pode ser trocada por duas de 100. Embora, provavelmente nenhum leitor dessa impoluta revista chegou perto de ter tanto dinheiro assim.

Portanto, um bem não-fungível significa algo que não pode ser fracionado ou trocado — justamente por ser único. Aí é que os artistas entram em ação. Uma foto se torna um NFT ao ser registrada pela tecnologia blockchain, ganhando uma sequência única de dígitos. Com isso, qualquer pessoa pode verificar sua autenticidade e propriedade, tornando a falsificação desse ativo praticamente impossível.

Ou seja, um NFT serve, em essência, para vender qualquer item digital passível de verificação. Ao comprar um NFT, a pessoa adquire o registro de propriedade de um ativo que ninguém mais pode reivindicar — mesmo que seja uma propriedade simbólica. A ideia, ao que tudo indica, está fazendo sucesso. Até o fim de março de 2021 o valor gerado pelas vendas de NFTs soma 500 milhões de dólares.

Mas quem se deu bem mesmo foi o artista americano Beeple (pseudônimo do designer gráfico Mike Winkelmann). Em março de 2021, ele vendeu a obra “Everydays — The First 5000 Days”, por 69,3 milhões de dólares! Basicamente, era um arquivo JPEG, com a colagem de cinco mil imagens coletadas desde 2007.

Nessa hora,a ZeroZen resolveu agir. Afinal de contas, estamos há mais de 20 anos no mercado artístico. Recebemos inúmeras ligações de escritórios de advocacia de todo país dizendo: "já fizeram arte de novo, hein?". Com tanto material fungível na revista era hora de criar algo novo. Até porque se tem alguém que se fungiu durante duas décadas foi a nossa redação.

Então, a ZeroZen criou o NIT. Sigla para Nós Iludimos Trouxas. Basicamente, nos dê o seu dinheiro e receba uma página de um dos nossos textos impressa na opção rascunho rápido - para economizar tinta - com um carimbo. E nosso certificado de autenticidade ainda tem duas opções: "Tô fungido" e "Me fungi mais uma vez".

Da Reportagem Local, ou não