Farra das passagens ou incentivo ao turismo?
A ZeroZen - assim como o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) - está se lixando para a opinião pública. A diferença é que o pessoal de Brasília está nadando em dinheiro, enquanto a nossa redação está sempre a um passo da penúria e da mendicância. Mesmo assim, sem qualquer interesse escuso, esta impoluta revista digital resolveu analisar o escândalo gerado pela "farra das passagens aéreas".
Para quem não sabe a "farra das passagens aéreas" surgiu do simples fato de que cada deputado tem direito a uma verba a ser utilizada na compra de passagens aéreas. Até aí, tudo bem. O Brasil, graças a JK, tem uma capital localizada no meio do nada.
Então os nossos parlamentares são obrigados a viajar até Brasília. Para chegar mais rápido e ter tempo de não fazer nada a semana inteira, o avião é mesmo o melhor meio de transporte. O problema é que não havia qualquer espécie de controle. Então ao invés de viajarem para seus estados e visitarem sua base partidária os deputados resolveram conhecer o mundo.
Para que se tenha uma ideia Miami foi o destino preferido dos 261 deputados - mais da metade da Câmara - que viajaram com a cota de passagens aéreas da Casa para o exterior -, entre janeiro de 2007 e outubro de 2008. A Câmara pagou 315 passagens para a Flórida, 172 para Paris e outras 148 com destino a Buenos Aires. Em 22 meses, foram 1881 passagens internacionais para 13 cidades dos Estados Unidos, da Europa e da América do Sul.
Além disso, o uso das passagens também pode ser realizado por parentes de deputados. A Mesa da Câmara acabou sendo pressionada - devido ao impacto do escândalo - e decidiu votar várias regras visando reduzir o uso de passagens aéreas a parlamentares e assessores.
O corte na mamata, digo, nas passagens aéreas irritou o Domingos Dutra (PT-MA). "Daqui a pouco vão querer que eu ande de jegue, more em palafita e mande mensagem por pombo-correio", criticou. A mudança irritou muitos parlamentares que defendem o uso dos bilhetes pelos cônjuges, filhos e demais parentes.
O deputado Silvio Costa (PMN-PE) alegou - furibundo - que as medidas iam acabar com seu casamento. O motivo? Sua mulher não poderia mais ir a Brasília com verba pública. Na verdade, muitos casamentos acabam quando as esposas vêm a capital e descobrem o que o marido anda fazendo durante a semana, mas essa é outra história.
De qualquer maneira, os deputados - de um modo geral - não souberam defender o uso desenfreado das passagens aéreas. Faltou tarimba, jogo de cintura ao Congresso Nacional. Muitos deputados reagiram raivosamente outros fizeram penitência pública como Fernando Gabeira.
Ora, só existe um culpado pela farra das passagens aéreas: o ministério do turismo! Ele não lançou uma campanha "Se você é brasileiro é hora de conhecer o Brasil"?
Pois então,
Enfim, se algum deputado gostou da argumentação da ZeroZen, por favor entre em contato conosco. Um emprego em Brasília é sempre bem-vindo. E por favor não esqueça de mandar a passagem aérea...