A decadência da ZeroZen
Vamos encarar os fatos, a ZeroZen não é mais a mesma. Os argutos leitores desta impoluta publicação devem ter notado que o ritmo que era devagar, agora está quase parando. As atualizações se tornaram cada vez mais raras. Porém, tudo isso tem uma explicação simples. A ZeroZen entrou em sua fase decadente.
Sejamos sinceros, para quem acompanha a revista já era algo sabido, ou, no mínimo, subentendido. Mas a diferença é que a partir de agora nós iremos adotar a decadência como ideologia. Mais ou menos como o partido dos trabalhadores.
Sim, é isso mesmo. A ZeroZen é a primeira revista na Web a inaugurar o movimento de queda livre. Mais uma vez saímos na frente da concorrência. Só que desta vez é ladeira abaixo e - como se sabe - pra baixo todo o santo ajuda. Todos os demais sites de humor também estão decadentes e acabados, mas só a ZeroZen tem coragem de admitir isso.
A ZeroZen surgiu em 1997, acredite estamos muito perto de fazer dez anos. A maioria dos sites que começaram com gente desapareceram sem deixar vestígios. Mas nós fomos ficando. Por falta de algo melhor para fazer ou pura distração. E com certeza não melhoramos com o tempo.
O que ocorre com a ZeroZen é parecido com o que aconteceu com essas bandas de rock nacional dos anos 80, cuja única relevância hoje em dia é que eles estão aí a mais tempo do que o resto.
A ZeroZen percebeu que hoje qualquer adolescente de 13 anos, que acredita que internet gratuita é aquela paga pelos seus pais e que está disposto a fazer de graça funções antes bem remuneradas. Só porque tem um blog, já se acha o rei dos humoristas. Páginas e mais páginas de humor proliferam na Web. Elas usam animações em flash, vídeo, áudio, podcasting e nós ainda defendemos o bom e velho HTML.
A nossa assessoria de pesquisas instantâneas após uma análise de 30 segundos percebeu que só existe uma diferença entre eles e a ZeroZen: eles fazem sucesso. Enquanto isso a maioria dos cronistas da ZeroZen vive na miséria e não tem sequer saco plástico de supermercado para forrar a lixeira de casa.
A ZeroZen que antes ganhava prêmios e tinha amigos importantes, hoje não sai do chão nem está bombando. E vamos ser sinceros nós não estamos nem tentando. Até mesmo os blogueiros já largaram a ZeroZen de mão. Para eles, o mais importante é ficar colocando links para vídeos do You Tube para agradar a audiência. Nós sequer respondemos e-mails de nossos leitores.
Portanto, agora o Zeronauta pode acompanhar com exclusividade mais uma fase revolucionária da revista preferida dos escritórios de advocacia no país. É a decadência em real-time, mês a mês para ser mais exato. Nós garantimos: você nunca viu isso antes (até por que não estava prestando atenção).
Se você passar dois meses acessando a ZeroZen e não ver nenhuma atualização estará tudo bem. Pois, afinal de contas, é mais um passo na lenta e inexorável decadência da revista. Os erros de português, a tradicional falta de revisão dos textos, tudo faz parte de um sofisticado conceito intelectual. Como diriam os filósofos da pós-modernidade: o movimento está parado e a ZeroZen também.
P.S. - A ZeroZen não poderia deixar de notar a chegada da loja Zero Zen. Sim, existe um mundinho fashion que usa o mesmo nome desta impoluta revista. A grife surgiu na Babilônia Feira Hype, conquistou o Rio de Janeiro e agora vem se consolidando em outros mercados como Bahia, Minas Gerais e Brasília. Sem comentários...
ZeroZen: Embrace the decadence!