NÃO INTERESSA A NINGUÉM, MAS...

O astronauta brasileiro

O Brasil finalmente foi para o espaço. Tudo graças ao tenente-coronel aviador Marcos Pontes, foi primeiro brasileiro a integrar uma missão espacial. Ele saiu da base de lançamento em Baikonur, no Cazaquistão para subir na vida. Chegar aos píncaros da glória não foi fácil. O Brasil está desembolsou US$ 10 milhões para participar desta viagem. E o pior de tudo as autoridades russas não aceitaram vale-transporte espacial.

Marcos Pontes foi um dos tripulantes da nave Souyz. Ele iniciou a sua aventura no dia 30 de março junto com os astronautas que Pavel Vinogradov, da Rússia, e Jeffrey Williams, dos Estados Unidos. Depois dar uma banda no espaço com direito a visita à Estação Espacial Internacional, Pontes retornou à Terra no dia 9 de abril.

Bem, se o Brasil ganhou um novo herói nacional ou o tenente-coronel aviador é apenas um mero turista espacial é uma questão irrelevante demais até mesmo para essa coluna. Porém, em toda a saga uma coisa chamou a atenção. Marcos Pontes chegou ao espaço graças a uma tecnologia completamente obsoleta.

A Soyuz usa a mesma tecnologia da década de 60! É inacreditável que os russos ainda consigam (com uma eficiência alta) usar o mesmo equipamento de quarenta anos atrás. Por exemplo, enquanto os norte-americanos gastaram milhões de dólares com design em busca de um projeto de cabine no ônibus espacial para que seus astronautas tivessem acesso de maneira confortável a todos os comandos da nave.

Os russos, por outro lado, utilizam uma varinha! É sério. Uma varinha com velcro que fica presa na perna do "Cosmonauta". Com esse moderno equipamento o astronauta consegue alcançar os botões de controle mais distantes. Não é genial? Vale notar que a cabine da Soyuz tem 2m X 2m e abriga quatro pessoas. Não é à toa que Souyz quer dizer união em russo. Só mesmo com todo mundo junto - e rezando muito - para o foguete decolar.

E tem mais. Para conferir os dados da nave nada de computadores de bordo sofisticados. Os russos usam um inacreditável caderno de checking list! Fascinante. Aliás, durante a decolagem da Souyz foi possível ver ursinho polar pendurado em algo que se assemelhava a um espelho retrovisor. Peraí?! Pra que diabos um foguete precisa de retrovisor?!

Enfim, com tanta precariedade fica claro que a Souyz é uma espécie de Fusca espacial. Um carro antigo, obsoleto, mas valente e que funciona. Ora, então faltou apenas uma coisa para o astronauta brasileiro se consagrar. Ele tinha de colocar alguns adesivos clássicos na lataria da Souyz: "Não buzina, corno", "A Inveja é uma Merda", Tá Com pressa? Passa por cima" e "Só Jesus Salva".

Da Equipe de Articulistas

Lembre-se:
Se você acha que no Brasil quem é pobre já foi para o espaço há muito tempo, então você é um pouco ZeroZen...