NÃO INTERESSA A NINGUÉM, MAS...

O judiciário gaúcho é bom pra cachorro

O brasileiro adora reclamar dos Correios. É sempre aquela crítica sobre a demora excessiva na entrega das cartas. Porém, ninguém se preocupa em investigar o verdadeiro motivo dos atrasos. A ZeroZen, todavia, continua sendo um dos pilares do jornalismo investigativo no Brasil e descobriu uma pista. Tudo começa a fazer sentido graças a uma ação no Judiciário Gaúcho.

Na segunda-feira, 12 de julho, a Justiça Federal determinou - com celeridade e precisão - por meio de uma liminar, que duas cadelas com nome de Branquinha e Pretinha tivessem o direito de permanecer no pátio do complexo operacional dos Correios, em Porto Alegre.

Sim, o judiciário teve de responder a essa instigante demanda. Tudo começou quando os gestores dos Correios na capital gaúcha acharam que as cadelas estavam paradas em horário de serviço. Até descobrir que elas não eram funcionárias. Então, pediram a remoção dos animais. A ideia é que ambas fossem adotadas.

Porém, o funcionário Sidney Mayhofer Galgaro ficou revoltado. Em vez de xingar muito no Twitter ou fazer um vídeo de dancinha no Tik Tok foi direto ao ponto. Entrou na Justiça para defender o direito dos animais. Vale notar que uma pessoa foi até o local adotar Branquinha e Pretinha, mas os empregados não deixaram.

Sidney garante que as cadelas são cuidadas pelos funcionários. Criaram vínculo. Branquinha e Pretinha têm casas e caminhas. Vão ao veterinário sempre que precisam. Como elas passam o dia inteiro sem fazer nada, foi fácil para os empregados se identificarem com as cadelas...

O advogado que cuida do caso é Rogério Rammê. Pode, sem dúvida, se considerar um advogado bom pra cachorro. Para ele, Branquinha e Pretinha são consideradas cães comunitários. E, sim, existe uma lei estadual de 2019 que garante os direitos dos animais que vivem em um local e possuem vínculos com a comunidade. Os funcionários dos Correios entraram com pedido junto à prefeitura para terem reconhecidos o status de tutores das cadelas.

Ou seja, não tem como os Correios entregarem a sua encomenda. Pelo menos, não antes do final dessa ação. Como os funcionários iriam conseguir trabalhar nesse estado de nervos? Possivelmente, vão ter de trocar a entrega rápida de SEDEX para SEDER...

Da Equipe de Articulistas