Não Seja Você Mesmo
Um dos conselhos mais comuns, em geral o último de uma lista, em livros de alto-ajuda é o obtuso e enganador “seja você mesmo”. Ele pode vir nos piores momentos como, numa entrevista para emprego ou num encontro às cegas com aquela menor de idade que você conheceu pela Internet: o importante é que você seja você mesmo.
Não querendo parecer óbvio, ou mesmo repetir algo aqui neste espaço do qual já falamos, mas aconselhar um loser a ser ele mesmo é mesma coisa que aconselhar o alcoólatra a continuar bebendo como solução para seus problemas.
Ser você mesmo não lhe levou, nem levará a lugar algum. Insistir no erro, outra característica do loser já bastante estudada neste espaço, só lhe trará as usuais conseqüências: decepção, derrota e desilusão.
A última coisa que um loser precisa é continuar a ser ele mesmo, a não ser que tenha desistido de tentar, algo que também já foi comentado neste espaço. O que é aceitável, pois ao menos é uma atitude.
O desistir de tentar é o equivalente mais próximo do ‘nirvana’ que loser pode alcançar. E pode ser definido como um estado permanente de o ‘último que sair apague a luz’ mental.
O loser lutando contra todos os seus princípios auto-destrutivos simplesmente não vai tentar mais nada. Isso significa, em resumo, que o loser não vai cometer novos erros, porém não vai também corrigir aqueles que já foram feitos. Uma atitude bastante comum entre políticos e técnicos de futebol.
Isso obviamente não leva a nenhuma nova conquista, mas também não leva a novas derrotas, o que para um loser é mais do que uma vitória. No entanto para que isso ocorra é preciso aperfeiçoar a capacidade do loser de negação constante. Como veremos a seguir.