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À sombra do que poderia ter sido

“You don't understand! I could've been a contender. I could've had class and been somebody. Real class. Instead of a bum….”

“Você não entende! Eu poderia ter sido um lutador. Eu poderia ter tido classe. Eu poderia ter sido alguém. Ao invés de um vagabundo...”

Marlon Brando, no filme Sindicato de Ladrões(On the Waterfront) (1954)

O loser, muitas vezes, sem conseguir superar uma frustração qualquer, vai se contentar em fantasiar sobre ‘aquilo que poderia ter sido’. Como uma forma de se afastar da realidade, que vai tomar grande parte do seu tempo. Muito mais do que o necessário para simplesmente esquecer tudo e ir em frente com sua vida.

O 'quase' torna-se assim a fantasia mais comum de todos derrotados: quase passei no vestibular, quase consegui aquele emprego, quase me casei com aquela vagabunda— hum, isso talvez não tenha sido tão ruim...

Essa constante ruminação sobre o que poderia ter sido e quem tornou isso impossível, vai rapidamente se tornar numa paranóia. O loser nunca culpará a si mesmo por seus fracassos mais óbvios.

Sempre haverá na imaginação do loser ‘forças ocultas’ agindo contra ele, também popularmente conhecidas como “macaquinhos no sótão”. Daí para o vício, loucura e a morte é literalmente só um pulinho.

É nesse momento que o loser deve ter em mente o seguinte conselho: “O quê você quer, não vai conseguir. E se você não pode conseguir o quê quer, melhor desistir.”

Lembre-se sempre daquelas frases de conforto e solidariedade que devem acompanhar um loser em sua existência:

Você não faz as probabilidades.

O pior ainda está por vir.

As coisas pioram.

Aprenda a perder. Você vai precisar.

Desistir ou não desistir? O importante é não tentar.

E um conselho final: a melhor auto-ajuda ainda é a masturbação.