X-Blades

É sempre interessante tentar entender por que certos gêneros de games, em especial os 'hack'n slash', são tão populares em consoles, mas não conseguem causar o mesmo impacto quando transpostos para PC.

Um bom exemplo desse fenômeno é X-Blades, um 'hack'n slash' de nova geração, que mesmo tendo bons gráficos, ação desenfreada e uma heroína sexy em trajes sumários, não consegue ultrapassar a barreira da mediocridade.

X-Blades foi desenvolvido pela SouthPeak Games, que tinha antes feito Two Worlds, um RPG igualmente medíocre e altamente esquecível, produzido na esteira do sucesso de Elder Scrolls IV: Oblivion. Desta vez o pessoal SouthPeak não tenta copiar nenhum game em especial. X-Blades é, na verdade, um pastiche de vários jogos, sem ser superior a nenhum dos seus antecessores.

O fiapo condutor da história é resumido na introdução do jogo. A heroína, Ayumi, de feições inspiradas nos animes japoneses, é basicamente uma 'Tomb Raider' adolescente à procura de 'tesouros'. Se você conseguir imaginar Paris Hilton no papel de Lara Croft, você será capaz de entender bem o temperamento da heroína.

Para compensar a falta de personalidade da protagonista, os desenvolvedores resolveram dar-lhe o mínimo de roupas possível. Não que isso faça muito sentido, mas ajuda. Para terem uma idéia: a capa da versão do jogo para PS3 teve que ser retocada para cobrir certa parte da anatomia posterior da protagonista, verdadeiro 'foco' do jogo. É curioso que as capas para PC e XBOX 360 continuaram as mesmas...

A jogabilidade é simples e, como muitos outros jogos do gênero, mistura combate corpo-a-corpo, que é sempre igual, com de longa distância, mais variado, mas igualmente repetitivo. O que cria obviamente problemas diversos. O mais comum é que o jogador terá que lutar com a câmera, que nunca parece estar no lugar certo, enquanto enfrenta hordas de inimigos em primeiro plano e um ou outro inimigo em segundo plano. Essa combinação nunca funciona.

Sendo que estrategicamente é preciso sempre dar prioridade aos inimigos que estão à longa distância, mesmo que isso seja incrivelmente irritante. Já que o jogo nunca pára de mandar inimigos em cima de você. O problema é que os inimigos que ficam voando à longa distância podem norteá-lo. O que os tornam potencialmente mortais. Principalmente em combinação com as hordas de inimigos que você enfrenta em terra firme.

Outro problema é a interface do inventário de magias, que o jogador acessa pela tecla F1 e navega pelo sistema com o jogo pausado, enquanto seus inimigos esperam pacientemente que você se decida qual vai ser sua tática de ataque. Sendo que para regenerar sua saúde ou mesmo conseguir magias mais efetivas é preciso pagar por esses 'upgrades' com 'almas', a moeda corrente do jogo, que você adquire ao matar inimigos.

Apesar de tentar vender a idéia que Ayumi está, de alguma forma, envolvida numa tarefa épica, X-Blades se constitui basicamente de uma série de arenas. Das quais nossa heroína só pode sair depois de derrotar um número X de inimigos e comumente um chefão. Mas mesmo nesses casos, o jogo continuará jogando inimigos 'regulares' na sua direção. O quê como se sabe é meio caminho andado para frustração.

X-Blades possui bons gráficos, nada que já não tenha sido visto antes nessa nova geração. Mas, ainda assim, funcionais e ocasionalmente impressíveis. Já a trilha sonora é particularmente irritante e histriônica, recheada com aquele hard rock caricato usado em comerciais da televisão para vender produtos para jovens desmiolados.

No final das contas, para uma transposição para PC de um jogo feito para consoles, X-Blades não faz feio. O game tem seus momentos, mas convenhamos o material de origem não era exatamente promissor. Desta forma, não importa realmente para qual plataforma o jogo tenha sido originalmente lançado. Pois X-Blades sempre foi um game medíocre. A esperança talvez fosse, para alguns poucos, que esta transposição para PC pudesse revelar alguma qualidade redentora, que tenha passado despercebida nos consoles, mas infelizmente não é o caso...

Saulo Gomes

Prós: Bons gráficos, uma heroína de fio-dental...
Contra: Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo, Repetitivo e Repetitivo.

Requisitos Mínimos:
Windows XP ou Vista;
Memória: 1 GB RAM XP, 2 GB RAM Vista;
Placa de vídeo de 256 MB compatível com DirectX 9.0c;

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