Need for Speed: Undercover

Need for Speed: Undercover é o décimo segundo game da série NFS, que a cada ano perde interesse e relevância sabotando cada nova edição com a mania de não dar continuidade à anterior. Num ato que pode ser interpretado como desespero, a Electronic Arts tenta com Undercover fazer um híbrido entre Underground 2 e Most Wanted, os dois títulos mais bem-sucedidos da série nos últimos anos. Mas infelizmente o resultado final está longe de ser animador.

Em Undercover você é um policial, adivinha, infiltrado numa gangue de corridas de ruas. Agora a pergunta que não quer calar é: o quão perigosos são essas gangues para merecer tamanha atenção da polícia? Os caras correm em círculos e sempre nos mesmos lugares. Não parece ser difícil armar uma emboscada. Sendo que esses caras nunca percebem que existe um policial entre eles...

A história é, no fundo, meramente funcional. Após uma introdução, que lembra vagamente Driv3r- o que é um mau sinal- você ganha controle do seu carro no meio de uma perseguição policial e precisa despistar a polícia. Você já viu isso antes e logo está a solta na cidade procurando por desafios para fazer seu nome na 'cena' de corridas de rua.

A partir daí a coisa segue a mesma rotina de sempre: participe de corridas e a cada vitória ganhe dinheiro para envenenar seu automóvel, ou economize para comprar um novo. Diga-se de passagem, são mais de 50 modelos diferentes nessa edição. A novidade é que você também ganha 'pontos por direção' para serem distribuídos como num sistema de nivelamento de RPG. O problema é que isso é feito aleatoriamente pelo computador. E você não tem como mudar os pontos atribuídos. O que não faz muito sentido.

Sendo que mais uma vez os desenvolvedores parecem não saber o que fazer com o livre-arbítrio, a liberdade de ir e vir. Ao contrário de ter que dirigir até cada nova corrida como em Underground 2, agora basta pressionar a qualquer momento a tecla "TAB" e você está dentro de uma corrida. É o livre-arbítrio ao alcance da tecla "TAB". O que mais uma vez não é exatamente a melhor solução para um velho problema. Ao menos você tem liberdade total de escolha quando está sendo perseguido pela polícia, que infelizmente não representa grande desafio.

Não é preciso também dirigir até uma loja para comprar uma bugiganga qualquer para o seu carro. Estas podem ser acessadas pelo menu de opções do jogo, apesar de praticamente todo o seu conteúdo estar de início bloqueado.

Também ao contrário das edições anteriores a presença do trânsito de veículos de passeio é maior, o que lembra às vezes Midnight Club, e realmente atrapalha as corridas. Mas que curiosamente parece ser composto quase que exclusivamente de carros da década 70.

Já o estranho sistema de nitroglicerina regenerativa está de volta. O que nada tem de realista e só reforça os aspectos arcades do jogo. O que convenhamos sempre foi uma das principais características da série.

Outra coisa que, aparentemente, nunca muda são essas estranhas cidades idealizadas pelos desenvolvedores para servirem como autódromos: com curvas sinuosas, elevados e grandes retas que seriam impraticáveis na vida real.

Na parte técnica NFS: Undercover é uma transposição bastante fiel do XBOX 360 para PC. Lembram quando a série NFS era exclusiva para PC? Bons tempos aqueles. Pois agora não há sequer suporte para mouse, o que é o mínimo que se espera quando um jogo é convertido dos consoles para PC.

Quanto aos gráficos Undercover não decepciona e o novo engine 3d é em vários aspectos superior ao de ProStreet, apesar de estar longe de ser impressionante. Mesmo se comparado com jogos mais antigos, como Race Driver: GRID ou Colin McRae: DIRT.

O multiplayer de Undercover suporta até 8 jogadores online em diferentes estilos de corridas. A maioria dos modos são velhos conhecidos dos usuários da série, a única novidade é o modo "Cops and robbers", policiais e ladrões, no qual um time tenta fugir da polícia enquanto o outro faz tudo para tentar detê-los.

No final das contas se Undercover tivesse sido lançado há uns três Need For Speed atrás, talvez fosse a continuação lógica de Most Wanted. Mas agora, parece datado e desnecessário, uma tentativa desesperada de salvar uma franquia na hora da morte. Mas depois de tantos erros está cada vez mais difícil de encontrar alguém disposto a acompanhar a série. E não sem razão.

Saulo Gomes

Prós: Tenta trazer a velocidade e a diversão de volta a série;
Contra: Talvez seja um pouco tarde para isso. É fácil e repetitivo demais;

Requisitos Mínimos:
Windows XP ou Vista;
1GB RAM XP, 2GB RAM Vista;
Intel Pentium 4 (ou equivalente) 2.8GHz (3.0GHz para Windows Vista);
Placa de Vídeo de 256 MB compatível com Pixel shader 2.0 or superior;
5.5 GB de espaço no HD;

Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.