Tomb Raider Trilogia
Tomb Raider quem se importa? Sério. Lara Croft foi a musa poligonal de uma geração. Mas uma quantidade inacreditável de jogos ruins acabou por diminuir o impacto para as novas gerações. Foi então que Crystal Dynamics e a Square Enix resolveram contar a história de novo. A ZeroZen estava em seu hiato sabático e não comentou os jogos. Então, é hora de fazer três pelo preço de um. Ah, depois de terminar os três jogos só resta a ZeroZen dizer uma única coisa: Tomb Raider quem se importa?
Tomb Raider (2013)
Esse jogo apresenta Lara Croft para as novas gerações. Na verdade, o game mostra o surgimento da Tomb Raider. A ideia é boa. Um naufrágio coloca a heroína no meio de uma ilha tendo que aprender a se virar. É, de fato, a evolução na base da dor. Mas as tumbas são opcionais. Como assim? Tomb Raider é literalmente "saqueadora de tumbas". Tipo, esse é o modo de vida de Lara Croft.
Na questão da jogabilidade, o game é Lara ladeira abaixo. Quase tudo em que ela pisa está prestes a desabar. É muita confusão e correria na mesma linha de Uncharted. O game não traz o nascimento de uma Tomb Raider, mas mostra o surgimento de uma sociopata altamente funcional, capaz de matar mais de 300 pessoas sem remorso. Ok. Verdade seja dita: Lara sofre ao matar o primeiro animal selvagem. Depois passa a ser persona non grata nas reuniões do Greenpeace. O jogo também mostra como a heroína se sente desconfortável ao matar um humano. Mas bastam uns 30 segundos para Lara pegar gosto pela matança. O verdadeiro mérito desse Tomb Raider é eliminar a jogabilidade horrenda da série (adeus pulo do pixel perfeito).
Curiosamente, o jogo investe bastante na amizade de Lara com Samantha Nishimura. Acredite quem quiser, ela é portuguesa, mas tem cidadania japonesa. Trabalha no Endurance como de documentarista e tradutora, e tem a responsabilidade filmar todo o material e a edição de vídeo. É uma ideia nova que foi relativamente bem aproveitada no game.
Outra coisa irritante em Tomb Raider é tentativa de fazer o jogador usar o tempo todo o arco e flecha. No começo do jogo, faz sentido. Mas depois que se adquirem armas, acabou a palhaçada. Aliás, a escopeta é mais divertida e eficiente. Em tempo, só para provocar, Lara usa as famosas duas pistolas em uma única cena.
O jogo é décimo título da série Tomb Raider. Foi produzido pela Crystal Dynamics e publicado pela Square Enix. Em essência, o game elimina todos os aspectos chatos da série Tomb Raider (que não eram poucos). Os pulos são fáceis, os puzzles são acessíveis, enfim, o game foca em contar uma história.
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Rise of Tomb Raider (2015)
A Crystal Dynamics e a Square Enix devem ter acreditado que fizeram o melhor jogo da geração, pois simplesmente não corrigiram nenhum dos defeitos de Tomb Raider (e não eram poucos). Mas quem pediu tumbas vai ficar satisfeito. Elas estão por toda parte com desafios interessantes. Mas adivinha só... São opcionais. É... Vale a pena repetir. Como assim? Tomb Raider é literalmente "saqueadora de tumbas". Tipo, esse é o modo de vida de Lara Croft.
Detalhe: agora algumas tumbas são protegidas por animais selvagens. Mas Lara Croft não ficou famosa por ser garota-propaganda do Ibama. É tanto esforço para entrar em uma tumba que, é claro, elas só podiam ser opcionais. Com tantas coisas para explorar em mapas enormes, a aventura perde o foco. Não existe mais a ação desenfreada. Isso não necessariamente é algo positivo. O jogo tem poucos momentos memoráveis. A história é realmente ridícula (isso que o forte de Tomb Raider nunca foi o enredo).
Por exemplo, Jonah, o cozinheiro do Endurance, está de volta. Como assim? Se era para fazer um link com o primeiro game o ideal seria chamar a Samantha de volta (spoiler: ela teve um colapso mental depois da aventura anterior). Aliás, um candidato a Master Chef não é o melhor companheiro de escalada em uma montanha repleta de gelo. Basicamente, a função de Jonah é virar refém para a obrigatória missão de resgate do jogo.
Rise of Tomb Raider repete muito das situações do primeiro jogo. É quase como reviver a mesma aventura só que na Sibéria. Sem supresas ou grandes novidades. Para piorar as coisas, o roteiro preguiçoso e indolente não consegue desenvolver as personagens. E aproveita para empilhar uma quantidade deprimente de clichês. Em termos de personalidade, Lara Croft volta a ser insípida e inodora.
Em tempo, o jogo tem uma das mecânicas mais idiotas de todos os games Tomb Raider. Lara não consegue traduzir documentos. Então, é preciso coletar uma série de textos até que ela volte a ter fluência na língua. Normalmente, esses arquivos indicam a localização de tesouros ou pontos de interesse no mapa. Bem, é difícil de acreditar que uma arqueóloga não tivesse a capacidade de traduzir línguas. A não ser que no horário dessa disciplina na Faculdade, Lara estivesse no pub bebendo com os amigos. Pensando bem, até que faz sentido...
Foram três DLCs: Baba Yaga, Mansão Croft e o Pesadelo de Lara. O DLC Baba Yaga é, no mínimo, curioso. Em um primeiro momento obrigava o jogador a começar um novo jogo até descobrir a missão. Fazer as pessoas a jogarem Rise of Tomb Raider duas vezes é muita crueldade.
Mansão Croft é focado na Lara exploradora. Ela vai coletando documentos e descobrindo mais sobre o seu passado. É como se fosse um almoço de Natal em família. Não é ruim, mas também não é bom. Por fim, o Pesadelo de Lara é uma oportunidade para matar zumbis usando escopeta e esquecendo o desgraçado do arco e flecha.
P.S. - O game foi lançado inicialmente como um exclusivo para o Xbox One. Então, pelo menos a Microsoft acreditava que esse era o melhor jogo da geração...
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Shadow of Tomb Raider (2018)
A Crystal Dynamics e a Square Enix devem devem ter acreditado que fizeram os dois melhores jogos da geração, pois simplesmente não corrigiram nenhum dos defeitos de Tomb Raider e Rise of Tomb Raider (e não eram poucos). O foco agora é a personalidade de Lara Croft. A heroína está completamente obcecada. Em resumo, ela precisa descobrir o que aconteceu com seu pai. Então, basicamente quem ficar em seu caminho morre. Ei! Já falei que as tumbas são opcionais? Como assim? Tomb Raider é literalmente "saqueadora de tumbas". Tipo, esse é o modo de vida de Lara Croft.
Há um investimento desnecessário e irritante em sequências debaixo d'água. Justamente, uma das partes da jogabilidade que tinha sérios problemas. A movimentação não é intuitiva e várias vezes no jogo anterior Lara morria afogada por conta de um game design tacanho. Justamente essa parte que eles resolvem dar destaque? Se no jogo anterior era difícil matar um urso com arco e flecha agora é difícil matar um jaguar arco e flecha. Ou seja, copia, mas faz um pouco diferente...
Na verdade, o reboot só ocorreu por que os jogos da série Tomb Raider começaram a se tornar repetitivos. Isso levou décadas para acontecer. Bastaram três jogos da dupla Crystal Dynamics e a Square Enix e já está na hora de repensar tudo de novo.
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